O cantor e compositor nordestino, Francisco Flávio Leandro, 47 anos de idade, esteve entre as apresentações musicais da Festa do Interior, na cidade de Casa Nova Bahia, na noite da sexta-feira (7). O músico bodocoense concedeu uma entrevista exclusiva ao Blog do Banana, na pauta o artista fala da pluralidade musical brasileira e destaca a importância do respeito as diversas matrizes musicais.
Considerando que cada música do mundo tem um nascedouro geográfico, o blues, jazz, carimbó, forró, samba e sertanejo, Flávio ressalta que cada músico nas diversas localidades é responsável pela manutenção, preservação e fortalecimento das matrizes musicais para fazer uma ligação com a geração do futuro. De acordo com Leandro, partindo do pressuposto que todos os artistas integram a mesma nação, é preciso haver o respeito a todas as matrizes musicais do país.
“Quando a gente briga pelo São João, é porque nós estamos cuidando da tradição junina e do forró, particularmente aceito e entendo que nós somos plurais, mas a gente não pode perder a supremacia em momento nenhum, nem o sertanejo, o samba ou o forró pode perder essa supremacia. O objetivo é que cada um fortaleça sua matriz musical para que a gente possa sair lá fora com uma cultura mais fortalecida”, pontuou Flavio Leandro, destacando que a ideia é que os músicos nordestinos briguem pelo São João sem paredes e sem muros respeitando a música dos outros colegas artistas.
Questionado pelo jornalista Jean Brito, se já tocou na cidade do Goiás, Flávio diz que. “Goiás eu nunca fiz, aliais fui convidado para no dia 10 de outubro fazer um forró, em um encontro de musicas nordestinas, não é um rodeio ou festa de pião. Na verdade nunca fui incluído nos circuitos que são alheios ao forró e quando a gente pede que essa reciprocidade seja verdadeira, pedimos que esses espaços também sejam abertos para gente por lá (em Goiás)”, ressaltou.
Sobre o episódio da cantora sertaneja Marília Mendonça, que se envolveu recentemente em um embate acirrado com a artista Elba Ramalho nas redes sociais, Flávio Leandro afirma que a música brasileira não precisa de muro e que no palco todos são iguais.
“ Em cima do palco todos nós somos colegas e dividimos da matéria prima da alegria, o que a gente pede as essas pessoas é que elas pensem não só no momento, pois, o momento é algo fantástico para quem está estourado na crista da onda. É importante que as pessoas se preocupem com o futuro, por que daqui a pouco passa Flávio Leandro, Marília Mendonça e todo mundo”, frisou o compositor, que afirmou ainda que o espaço em seu palco está aberto para a cantora sertaneja dá uma canja.
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