Marie Curie foi a primeira mulher a ganhar um prêmio Nobel, por sua contribuição nas pesquisas sobre radioatividade. Em homenagem a esta cientista foi batizado o foguete “Marie” da equipe Cactus Rockets Design, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). O grupo alcançou o seu voo mais alto na 5ª edição da Latin American Space Challenge (LASC) 2023, segunda maior competição experimental de engenharia de foguetes e satélites do mundo. Marie ficou em 1º lugar na categoria de 0,5 quilômetro de altura, meta de apogeu a ser atingido pelo protótipo, e em 13º na classificação geral entre mais de 145 projetos participantes. A competição latino-americana, com equipes de 15 países, aconteceu entre os dias 24 e 27 de agosto, em Tatuí (SP). O resultado da disputa foi divulgado no dia 15 de outubro.
A equipe da Univasf também competiu na categoria de 1 quilômetro, com o protótipo “Pierre”, que ficou em 17º na sua categoria e 35º na classificação geral. A Cactus Rockets Design é formada por 23 membros efetivos, 2 voluntários e 20 trainees dos cursos de Engenharia Mecânica, Elétrica, de Produção, da Computação e Agrícola e Ambiental. Os foguetes Marie e Pierre foram construídos pelos discentes, incluindo o projeto e toda a sua estrutura física. “O foguete é dividido em 4 partes, sendo elas: coifa (cabeça do foguete), tubo de corpo superior, tubo de corpo inferior e boat-tail. Fizemos esse tipo de divisão pra alcançar o melhor em resistência e aerodinâmica”, explica José Bezerra Delgado Neto, capitão da equipe e estudante do 7º período de Engenharia Mecânica.
Segundo Delgado Neto, a competição começa cerca de nove meses antes do lançamento dos foguetes na LASC, com o envio de um relatório prévio que irá compor o relatório técnico final. Dentre os critérios de avaliação utilizados na disputa estão inovação, qualidade técnica, quantidade de análises de todos os sistemas do protótipo e o esforço da equipe. “Acredito que os pontos principais que nos garantiram o primeiro lugar foram a estabilidade do voo, o ótimo estado que o foguete ficou após a sua queda, a qualidade do sistema de propulsão e também a excelência técnica dos nossos relatórios enviados”, afirma o capitão da equipe.
Participando pela terceira vez da LASC, este é o melhor desempenho da equipe da Univasf na competição. No ano passado, o grupo ficou em 3º lugar na categoria 0,5 quilômetro de apogeu com o foguete Galileu-02. “Em 2022, nós fomos a única equipe do Nordeste a voar com um foguete modelo na competição e este ano outras equipes da região já participaram. Queremos continuar levando o nome da Univasf para o topo, não só com o projeto, mas também com a conquista pessoal de cada membro”, ressalta Delgado Neto.
A coordenadora do projeto e professora do Colegiado de Engenharia Mecânica, Edna Santiago Benta, considera que a participação e obtenção do primeiro lugar da equipe em uma competição internacional confirma a grande capacidade dos estudantes. “A Cactus Rockets representa a realização de um grande sonho meu, juntamente com os estudantes de Engenharia, que é levar o nome da Univasf para além da região Nordeste. Os resultados alcançados, em apenas 4 anos de existência, demonstra que o grupo ainda vai crescer muito mais e atingir voos bem mais altos”, enfatiza a coordenadora, orgulhosa da equipe.
Cactus Rockets Design – Fundada em 2019 por estudantes do curso de Engenharia Mecânica da Univasf, a Cactus Rockets Design é resultado de um projeto de extensão que tem como objetivo a construção de foguetes modelo a fim de participar de competições nacionais e internacionais. A iniciativa busca desenvolver e aperfeiçoar os conhecimentos adquiridos no decorrer da graduação, elaborando pesquisas e projetos na área aeroespacial. Mais informações sobre a Cactus Rockets Design podem ser encontradas no Instagram.
Com informações da Univasf