Saúde

Fumante passivo é prejudicado

“Eu vi um senhor de 80 anos que fumava e estava bem desnutrido e acabado. Pensei e vi que não queria acabar minha vida assim, igual a ele. Foi, então, que eu tive um estímulo para largar o cigarro”. Esse é o depoimento do promotor de merchandising Thiago Barros, 25 anos, que parou de fumar há sete meses. A dependência, que teve início aos 17 anos, foi finalmente vencida por ele. Portanto, Thiago integra o índice de diminuição dos fumantes brasileiros. Há 26 anos, 32,6% da população do Brasil eram dependente do cigarro. Em 2011, o número caiu para 14,8%, de acordo com o Instituto

Nacional do Câncer (INCA). No entanto, o que muitos esquecem é dos fumantes passivos. Ainda conforme o INCA, anualmente, cerca de 2,6 mil pessoas morrem vítimas de doenças causadas pelo tabagismo, mesmo sem terem fumado nenhum cigarro.

O risco à saúde daqueles que dão uma “tragada” com frequência é conhecido por muitos deles. Noventa por cento dos cânceres de pulmão que acometem a população brasileira são causados pelo consumo do cigarro e 30% dos outros tipos de câncer (nas outras partes do corpo) também são de “mérito” do produto. Sem mencionar as doenças cardiovasculares, cerebrais e respiratórias. O que muitos não sabem é que quem não fuma também está exposto a tais consequências. “O fumante passivo tem cerca de um terço do risco de câncer de pulmão que um paciente que fuma possui porque a toxina que ambos inalam é a mesma. Mas existe uma diferença: a fumaça que o ativo aspira ainda passa pelo filtro da ponta do cigarro. Então, o passivo respira uma fumaça com maior quantidade de toxina, já que essa fumaça não é filtrada”, informou o oncologista da Oncomed BH, Leandro Ramos. Ainda de acordo com o médico, o que varia, apenas, é o tempo de exposição ao cigarro. Quanto maior, mais danoso.

A estudante Camila Costa, 22, ainda que sem querer, foi descobrindo os riscos que corria. Namorada de Thiago há quase cinco anos, ela o conheceu quando ele já fumava. “Isso me incomodava porque eu me preocupava com ele e também comigo. Eu tossia muito quando ele fumava porque eu acabava respirando aquela fumaça”, contou. Camila afirmou ter pedido ao namorado para que ele largasse a dependência por várias vezes. “Ele parava, mas sempre voltava. Principalmente, quando ele bebia. Eu ficava sufocada quando ele fumava junto de mim e a gente brigava muito por isso”, complementou a estudante. Thiago Barros, por sua vez, alegou que procurava não fumar perto da namorada e das outras pessoas. “Eu sabia que eles iriam estar fumando, mesmo que passivamente. Então, sempre procurava fumar afastado”, contou.

Se, para os adultos, a realidade é tão negativa, no caso de fumantes passivos ainda bebês (até cinco anos), a situação é bem pior. O risco de eles terem uma morte súbita, conforme Ramos, aumenta em cinco vezes. A solução para este problema de saúde pública, na opinião da coordenadora do Programa de Controle do Tabagismo e Outros Fatores de Risco para o Câncer em Pernambuco, Maria das Graças Galvão, é criar espaços livres. “A lei de ambiente livre ainda permite a criação de fumódromos, mas já está em Brasília uma discussão pa­ra se proibir esses ambientes. O ideal é que se proíbam mesmo, mas isso só pode ser feito quando todos os municípios de todos os estados tiverem condições de tratar os fumantes”, externou.

Fonte: Folha-PE

Blog do Banana

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