Os funcionários dos Correios em Pernambuco se reúnem no final da tarde desta quinta-feira (12) para decidir se entram ou não em greve. O diretor do Sindicato do Trabalhadores dos Correios e Telégrafos de Pernambuco (Sintect-PE), Jorge José Santos, explica que vai ser apresentado à categoria o andamento das negociações durante a assembleia, que acontece na sede do sindicato, no bairro de Santo Amaro, no Recife.
Entre as reivindicações, os funcionários pedem reajuste de 10% no piso salarial da categoria, reposição da inflação, aumento real de 6% e a manutenção do atual convênio médico. “Tivemos poucos avanços nas negociações. Mais do que a questão salarial, o que queremos é a manutenção do plano de saúde como ele sempre foi, sem desconto mensal”, aponta Santos.
Em Pernambuco, os Correios têm atualmente aproximadamente 3.900 funcionários ecetistas. “Precisaríamos de mais pessoas para a área operacional. Faz parte do pleito nacional a questão da contratação. Se você for analisar os correios do exterior, eles têm mais funcionários do que nós. A França, que é muito menor em área, possui mais funcionários. Além disso, pedimos a questão de segurança nas agências. Temos uma que foi assaltada seis vezes, em seis meses”, ressalta o diretor.
A assessoria de imprensa do sindicato da categoria em São Paulo anunciou a paralisação ainda nesta quinta-feira (12), estimando que 50% da categoria deve curzar os braços, afetando 70% do fluxo postal no país.
Por meio de nota, a assessoria de imprensa dos Correios em Pernambuco informou que está adotando ações preventivas, a fim de que o serviço seja mantido no caso de paralisação dos trabalhadores, e que está aberto a negociações. Os Correios afirmaram ter oferecido reajuste de 5,27% sobre salários e benefícios, além de manutenção dos benefícios constantes no acordo vigente, incluindo assistência médico/hospitalar/odontológica. Ainda segundo a nota, o impacto dos itens econômicos das entidades sindicais é impraticável, sendo maior que a arrecadação da instituição. A empresa propôs
Confira a íntegra da nota:
“Os Correios estão adotando uma série de ações preventivas para garantir a prestação de serviços à população em caso de paralisação parcial dos trabalhadores. Na noite desta quarta-feira, oito dos 35 sindicatos do Brasil realizam assembleias.
Se parte dos trabalhadores aderir à paralisação, a ECT colocará em prática medidas do seu Plano de Continuidade de Negócios para garantir a entrega de cartas e encomendas e o atendimento em toda rede de agências. Entre as ações estão a realização de horas extras, mutirões para entrega nos fins de semana, deslocamento de empregados entre as unidades e contratações temporárias.
Negociação — Os Correios ressaltam que estão em processo de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho 2013/2014 com as entidades sindicais e continuam abertos ao diálogo, não havendo, portanto, justificativa para paralisação. A empresa ofereceu reajuste de 5,27% sobre os salários e benefícios. Este índice, somado à progressão anual concedida no ano passado, equivale ou ultrapassa os índices inflacionários do período, impedindo perdas aos trabalhadores.
A proposta ainda contempla: manutenção de todos os benefícios constantes do acórdão vigente e da assistência médico/hospitalar/odontológica nos termos da cláusula 11, constante do acórdão vigente; vale refeição/alimentação extra a ser concedido em dezembro/2013 para os empregados admitidos até 31/7/2013.
Já o impacto dos itens econômicos das entidades sindicais são impraticáveis. A pauta da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Fentect) tem custo anual de R$ 31,4 bilhões — quase o dobro da previsão de receita dos Correios para este ano ou o equivalente a 50 folhas mensais de pagamento da ECT. No caso dos sindicatos de São Paulo, Rio de Janeiro, Tocantins, Rio Grande do Norte, Bauru e Rondônia (desfiliados da Fentect), o custo é de R$ 4,6 bilhões por ano — mais do que o custo de manutenção da rede de agências de todo Brasil em 2012.
Entre 2003 e 2012, o ganho real dos trabalhadores dos Correios foi de 36,91%, acima da inflação do período. Hoje, a empresa paga em média uma remuneração de R$ 2.149,72 aos carteiros, considerando o salário e os adicionais como anuênio, quinquênio e adicional de distribuição e coleta, entre outros. Todos os trabalhadores dos Correios também têm benefícios como assistência médica, hospitalar e odontológica, inclusive para dependentes.
A ECT destina atualmente 65% de sua receita de vendas ao pagamento dos salários, benefícios e encargos.” (G1)
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