A história voltou a Câmara de Petrolina e teve os mesmos protagonistas: o vereador Pérsio Antunes no papel de acusador e Zenildo do Alto do Cocar cobrando que o colega “dê nome aos bois”. Enquanto discursava na Casa Plínio Amorim, Antunes relatava o caso de um parlamentar que teria conseguido atendimento para uma “amiga” no Hospital Dom Malan passando na frente das mulheres que aguardavam a consulta médica. Ao ouvir isso Zenildo não se conteve e cobrou o nome do vereador citado por Pérsio e recebeu como resposta mais um adágio popular: “Se a carapuça lhe serviu, vista”.
A nossa reportagem o situacionista revelou ser contra essa prática e taxou de contraditória a ação do edil que critica os serviços de saúde de Petrolina e os utiliza para beneficiar correligionários. “Olhe na verdade tem vereador aqui que na Câmara tem um discurso, mas na prática lá fora faz outra coisa. Tem gente que critica a saúde de Petrolina que não vai bem, mas lá fora usa o sistema para beneficiar os seus eleitores. Eu não acho que seja injusto ajudar alguém, mas é injusto ajudar alguém prejudicando outros”, disparou.
Dr. Pérsio cobra outra postura do colega, admitindo se tratar de Zenildo. “Meu papel como vereador como é vir a Câmara fazer as leis. Cobrando do executivo, fiscalizando e não ajudando a resolver um problema que não é da minha competência. Você resolve o de um e deixa 10 sem resolver, criando mais problemas para outros. Condeno essas atitudes. Eu não vou afirmar da minha boca quem é o vereador, mas já que você falou no vereador Zenildo, todo mundo sabe que ele vai para os programas de rádio, sempre dizendo ‘quando alguém está precisando de alguma coisa, me procure que vou resolver’”.
Para Antunes, essas ações assistencialistas teriam propósito eleitoreiro. “Ou seja, fazendo essa política que não é a do vereador, isso é a política de antigamente do ‘toma lá, dá cá’, eu faço por você agora e você me dá o voto. Essa política não é correta e eu não faço, eu não gravo rua das pessoas, número das pessoas para depois ir lá dizendo que operei e agora ela tem que votar em mim”.
A reportagem do Nossa Voz também ouviu o vereador Zenildo do Alto do Cocar que negou as acusações feitas pelo ex-líder do governo, devolvendo as denuncias. “Eu quero que ele prove porque o IMIP não aceita esse tipo de coisa. Agora eu tenho certeza que quando ele atendia no Alto do Cocar e trazia gente de vários lugares para atender no posto de saúde. Você pode fazer entrevista com as recepcionistas e nós não fazemos isso porque o IMIP, o Traumas não aceitam que nenhum político interfira no procedimento dos profissionais”.
Relembrando antigas polêmicas da casa, Zenildo alega que Dr. Pérsio acusa sem provas. “Ele gosta muito bem de ir na imprensa e infelizmente nós não respondemos ele por tratar os vereadores por macacos, de dizer que os vereadores são contra os aparelhos de radioterapia. Não somos contra os aparelhos de radioterapia, somos contra a venda dos terrenos na cidade. Então é bom que a população tome conhecimento disso”.
Questionado se prestaria assistência médica a população visando ganhos eleitoreiros, o parlamentar garante encaminhar pacientes a clínicas e unidades de saúde particulares, o vereador atesta desinteresse. “Eu não faço cirurgia, não sou médico e não atendo nenhum paciente para fazer isso. Eu desafio que provem que a gente pegue o nome de alguém para depois cobrar dessas pessoas. Jamais, isso nós não fazemos. Quero dizer que nós fazemos um trabalho independente do processo político. Eu acho que as pessoas que nos dirigem precisam realmente de atenção e nós não operamos ninguém porque não somos médicos”. (GrandeRioFM)
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