A bomba atômica da oposição, a suposta delação premiada do senador Delcídio Amaral (PT-MS), estourou no colo do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que hoje completa 56 anos, no dia de ontem.
Se, na semana passada, a peça, que ninguém sabe se é verdadeira ou não, serviria para ser anexada ao pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, ontem ela perdeu completamente a utilidade, depois da revelação de que Aécio também está citado na suposta delação (leia aqui).
Como é impossível sustentar a tese de que Delcídio diz a verdade quando se refere a Dilma e mente quando fala em Aécio, o impeachment ancorado naquele documento morreu no dia de ontem. Falta apenas ser formalmente enterrado.
A presença de Aécio na suposta delação de Delcídio também enfraquece o roteiro de cassação da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral. Isso porque é a quinta vez que Aécio aparece numa delação da Lava Jato. Numa das mais importantes, seu caso foi arquivado sem que uma testemunha chave fosse ouvida (leia aqui).
O projeto de Aécio só seria viável num ambiente sem qualquer liberdade de expressão. Uma sociedade aberta, como a brasileira, jamais toleraria uma solução tão hipócrita. A partir de agora, parlamentares do PT já suspeitam até que Aécio teria sido o responsável pelo vazamento parcial da delação, que omite seu nome. Alguns falam até em representação no conselho de ética por quebra de decoro parlamentar (leia aqui).
Sem discurso, Aécio disse nesta quarta-feira que se trata de “mais uma tentativa de vincular a oposição na Lava Jato” (leia aqui) e voltou a pedir a renúncia de Dilma. Ou seja: ele acredita que a sociedade levará a sério a tese de que a delação de Delcídio só vale pela metade. (247)
Blog do Banana