Governo federal vai entrar em cena para apaziguar negociações em Suape

Por Ricardo Banana
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Agora é o governo federal quem vai entrar em cena para tentar por um fim à paralisação dos cerca de 50 mil operários das obras da Refinaria Abreu e Lima e da PetroquímicaSuape, em Ipojuca. O secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, convocou para logo mais às 9h, em Brasília, uma reunião tripartite envolvendo a União, as empresas e as centrais sindicais. Os trabalhadores estão de braços cruzados há 17 dias e só aceitam voltar retomar as atividades depois que patrões abonarem 100% dos dias parados.

Segundo a advogada do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon), Margareth Rubem, as empresas esgotaram todas as possibilidades de negociação. “Fizemos um acordo para abonar 70% dos dias parados, sem desconto da PLR (participação nos lucros e resultados) e da cesta básica, mesmo assim eles não retornaram”, diz Margareth. A greve foi julgada ilegal pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e também ocorreram tentativas de conciliação por parte do Ministério Público do Trabalho (MPT-PE).

A comissão tripartite foi formada em março de 2011 para resolver os problemas nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Na época, havia paralisações nos canteiros de obras das usinas Jirau e Santo Antônio (RO), na hidrelétrica de São Domingos (MS), nos portos de Pecém (CE) e Suape (PE), além de parte do programa Minha Casa, Minha Vida, no Maranhão.

Ontem, os operários decidiram paralisar novamente as operações em protesto contra o abono de apenas 70% dos dias parados. Para eles, o abono deve ser de 100% e propõem trabalhar um sábado para adiantar os serviços que ficaram suspensos desde o início do mês, proposta que foi entregue à classe patronal. A categoria deve voltar aos seus postos nesta sexta-feira (17), continuando, porém, com a operação “braços cruzados”. “A operação vai continuar, mas pode ser cancelada a qualquer momento”, afirma Luís Henrique Vinagre, soldador e representante da comissão formada para negociar o fim da greve.

De acordo com Amarildo Lima, mecânico montador e também representante da comissão de negociação, os trabalhadores não aceitaram a proposta que daria abono de 100% para os funcionários que permanecerem nas empresas até dezembro de 2012. “Nesse caso, quem fosse demitido antes teria 32 horas descontadas. Como a rotatividade é grande nos canteiros, as pessoas querem abono para todos”, explicou. Segundo ele, os funcionários não questionam mais o acordo coletivo que determina reajuste de 10,5%, mais vale-alimentação de R$ 260 e equiparação salarial entre funcionários de empresas diferentes que realizam as mesmas funções.

Na manhã de ontem, o clima de tensão causado pela operação “braços cruzados” foi agravado por boatos de que uma bomba caseira teria sido colocada num ônibus da Alusa Engenharia. Outra informação relatava que um dos vestiários do canteiro de obras da refinaria foi incendiado. A Polícia Militar teria sido chamada para controlar possíveis tumultos. Os trabalhadores também reclamam das possíveis demissões que teriam acontecendo no início do expediente.

Fonte: Diario de Pernambuco

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