Há dois anos, o Hospital Dom Malan/IMIP de Petrolina participa de um Grupo de Estudo Médico/Científico formado por 10 instituições de saúde e educação brasileiras sob a coordenação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Uma vez por mês o grupo se reúne via videoconferência para o debate de temas relevantes ligados à ginecologia e obstetrícia.
Várias já foram as contribuições multilaterais, inclusive com a contrapartida da unidade materno/infantil, que levou ao centro do debate estudos feitos sobre o Zika vírus com gestantes e bebês. Nesta terça-feira (07), o tema escolhido pela Unifesp foi a “Gravidez Ectópica de Localização Excepcional”, ou seja, um estudo de casos raros de quando o óvulo fertilizado se implanta em algum lugar bastante incomum fora do útero.
São convidados do Dom Malan para os encontros: médicos, residentes, acadêmicos e colaboradores que não são da casa. “Nós abrimos o espaço que conquistamos para todos os profissionais da região interessados em participar de um estudo continuado na área de ginecologia e obstetrícia. Acreditamos que esses debates são muito ricos e que a formação em serviço faz parte do crescimento médico, que contribui para a melhora da assistência prestada nos serviços de saúde”, explica o ginecologista/obstetra do HDM e especialista em medicina fetal, Marcelo Marques.
Nos encontros, geralmente, são desenvolvidos temas peculiares e o estudo de casos raros que são ótimos para embasar teoricamente os profissionais que não se deparam com situações semelhantes no seu dia a dia. Tarcísio Menezes, que é residente do HDM e membro participante do grupo, ressalta que “o ganho de poder debater e analisar casos clínicos que fogem ao comum com profissionais de grandes centros é enorme, tanto para os profissionais, quanto para o hospital e para os pacientes”.
Sobre o tema do mês de março, ele destaca a ligação com a unidade materno/infantil. “O Dom Malan possui um perfil de alto risco e o seu corpo médico precisa estar preparado para administrar e conduzir com sucesso situações como essa”, avalia. Sem ressalva, o grupo destacou que para efeito de praxe – diante de um quadro de gravidez ectópica de localização excepcional – o diagnóstico não invasivo deve ser realizado precocemente, combinando a ultrassonografia transvaginal com a dosagem da fração beta do hormôniogonadotrófico coriônico, e que devem ser levadas em consideração as diversas opções de tratamento, que incluem as intervenções cirúrgicas e os tratamentos clínicos.
Para provar que casos como esse estão mais perto do que se imagina e que os profissionais devem estar preparados, a médica/obstetra, Milena Brandão, fez questão de participar do encontro e levar o seu depoimento pessoal. “Tive uma gravidez ectópica na cicatriz de cesárea, uma das formas mais raras do caso, e vivi o lado de paciente e médica ao mesmo tempo, sendo essa uma experiência única. Fizemos um relato do caso, apresentamos em um congresso e hoje achei que deveria compartilhar a experiência com o grupo, até para exemplificar como foi toda a conduta médica”, relatou a profissional, que também se colocou à disposição para participar de outros momentos e tirar dúvidas.
Além de continuar fazendo parte do Grupo de Estudo Médico/Científico da Unifesp, os médicos do Hospital Dom Malan têm como objetivo oferecer como contrapartida outros estudos próprios e casos de sucesso. “Em breve teremos novidades”, adianta o coordenador local do projeto, Marcelo Marques.
Blog do Banana