Hospitais da rede Ebserh aderem à campanha para prevenir e tratar diabetes

“Saiba seu risco, construa um futuro saudável” é o tema do Dia Mundial do Diabetes, 14 de novembro

Por Ricardo Banana
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O diabetes mellitus é uma doença que pode causar uma série de complicações e, em casos mais graves, a morte. Mas, em contrapartida, é prevenida e tratada de maneira relativamente simples e, uma vez controlada, o paciente pode levar uma vida normal. Por isso, a campanha do mês de novembro, dedicada ao assunto é: “Saiba seu risco, construa um futuro saudável”, mobilizando hospitais vinculados à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e demais instituições de saúde para educar a sociedade sobre o tema. O dia 14 de novembro é o Dia Mundial do Diabetes.

Endocrinologista no Hospital Universitário João de Barros Barreto, do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Pará (CHU-UFPA), Rafaela da Silva Saldanha de Miranda explicou que o foco da campanha é conhecer o risco de desenvolver o diabetes tipo 2 para tomar as medidas a tempo. “Esta condição pode ser prevenida com adoção de estilo de vida saudável, como alimentação equilibrada, com redução do consumo de industrializados e atividade física regular”, disse.

Ela explicou que o diabetes é uma doença crônica metabólica que se caracteriza por níveis elevados de glicemia. “Há vários tipos de diabetes, sendo que os mais comuns são o tipo 1, quando o corpo não produz insulina, e o tipo 2, quando o corpo não usa adequadamente a insulina produzida, situação normalmente associada à obesidade”.

“A obesidade e a falta de hábitos saudáveis são importantes fatores de risco, por isso é cada vez maior a importância de se conhecer os riscos de desenvolver diabetes”, disse a médica, que listou outros fatores de risco, como pré-diabetes, quando o paciente tem uma alteração glicêmica, mas ainda não é um quadro de diabetes; pessoas com hipertensão arterial, alterações no colesterol ou casos de mulheres que desenvolvem diabetes gestacional, entre outros. Ela lembra que nos casos de pré-diabetes, por exemplo, 50% dos casos podem ser revertidos para voltar a níveis normais de glicemia se a pessoa tiver conhecimento de seu risco e tomar as medidas a tempo.

Rafaela Miranda disse que no Barros Barreto, como em todos os hospitais universitários, há serviços e programas para prevenção e tratamento de diabetes. “Temos o ambulatório de atendimento diário e desenvolvemos ações em conjunto com a Enfermagem, a Educação Física, a Farmácia e a Nutrição, por exemplo, com toda a estrutura para receber e acompanhar estes pacientes”, disse.

No Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU-UFSC), essa ação integrada das equipes resultou, entre outras coisas, na criação do Grupo de Enfermagem em Diabetes, que acompanha o paciente em todas as fases do tratamento, desde a chegada na instituição até a alta, inclusive com acompanhamento. O Hucam tem serviços de orientação pré e pós consulta, orientações de alta, ambulatório do pé diabético e entrega de material educativo, além de campanhas periódicas, segundo os integrantes do grupo, que procuram envolver os pacientes no tratamento.

Estratégia é envolver o paciente

A endocrinologista do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes da Universidade Federal do Espírito Santo (Hucam-Ufes), Marta Ribeiro, disse que este envolvimento do paciente e da equipe multiprofissional é fundamental. “Se a gente não faz uma busca ativa nos exames de rotina, dificilmente vai pegar o quadro de diabetes na fase inicial, pois a doença é assintomática na maioria das vezes”, explicou.

Segundo ela, outro motivo importante para o indivíduo se conhecer em relação às taxas glicêmicas é que, devido à alta demanda, muitas vezes o paciente demora para chegar até os serviços especializados. “O melhor caminho para prevenção do diabetes tipo 2 e da doença metabólica seria a atividade física com uma alimentação adequada, ou seja, mudança no estilo de vida, fazendo com que o paciente consiga controlar o ganho de peso para melhorar as condições relacionadas ao aparecimento do diabetes. E claro, com uma investigação e diagnóstico precoce com medidas intensivas desde o início do tratamento”, disse.

A médica Gizzele Barcellos Damazio Bandeira, endocrinologista do Hospital Universitário Lauro Wanderley da Universidade Federal da Paraíba (HULW-UFPB), disse que a estratégia da equipe do ambulatório de diabetes mellitus tipo 1 é envolver o paciente no processo de tratamento. “Fazemos uma consulta bastante interativa. Por ser uma doença que exige a tomada de decisão por parte do paciente em relação a suas escolhas alimentares e doses de insulina, estimulamos a monitorar suas taxas, assim como aprender a fazer a contagem (de calorias) nas suas refeições”, explicou.

A ação da equipe está em sintonia com o tema da campanha, uma vez que o objetivo é ajudar o paciente a saber o seu risco e tomar decisões acertadas. “Em consulta ainda abordamos sobre atividade física, relacionamento interfamiliar relacionado à sua doença, alimentação saudável, doenças e complicações associadas, além do exame físico e consulta com enfermagem”, acrescentou.

Sobre a Ebserh

Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

 

Fatores de risco para diabetes:

Diagnóstico de pré-diabetes;

Pressão alta;

Colesterol alto ou alterações na taxa de triglicérides no sangue;

Sobrepeso, principalmente se a gordura estiver concentrada em volta da cintura;

Pais, irmãos ou parentes próximos com diabetes;

Doenças renais crônicas;

Mulher que deu à luz criança com mais de 4kg;

Diabetes gestacional;

Síndrome de ovários policísticos;

Diagnóstico de distúrbios psiquiátricos – esquizofrenia, depressão, transtorno bipolar;

Apneia do sono;

Uso de medicamentos da classe dos glicocorticoides.

Com informações da Rede Ebserh 

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