O paciente apresentou sintomas leves da doença, que atinge os porcos, e está recuperado. Segundo especialistas, esse tipo de contaminação é incomum, geralmente a transmissão ocorre pelo ar, saliva e exposição entre pessoas e bichos
O primeiro caso detectado em humanos de uma cepa de gripe semelhante à que circula em porcos no Reino Unido foi anunciado por autoridades de saúde. Segundo a Agência de Segurança em Saúde (UKHSA), o paciente, cuja identidade não foi revelada, sofreu de doença leve e se recuperou totalmente. A origem da infecção está sob investigação.
“É graças à vigilância de rotina da gripe e à sequenciamento do genoma que conseguimos detectar este vírus”, disse em nota, Meera Chand, diretora de incidentes da UKHSA. “É a primeira vez que o detectamos em humanos no Reino Unido, embora seja muito semelhante aos vírus detectados em porcos.” Chand reforçou que a agência “está trabalhando rapidamente para rastrear contatos próximos e reduzir qualquer possível propagação” da doença.
Os vírus influenza A estão presentes nas populações suínas na maioria das regiões do mundo. De origem suína, os vírus H1N1, H1N2 e H3N2 infectam humanos em geral após exposição aos animais ou ambientes contaminados, por via aérea ou via partículas de saliva e de secreções das vias respiratórias. Porém, o professor ressalta, também, que a transmissão entre humanos não costuma ocorrer, tanto é que não se tem relatos sobre esses casos.
Desde 2005, foram detectados 50 casos humanos da H1N2, nenhum deles no Reino Unido, até o atual. No ano passado, foram sete registros, sendo um na Holanda, o único no continente europeu. Em 2009, houve uma pandemia da doença, que ficou conhecida como “gripe suína”. O micro-organismo continha material genético de patógenos que circulavam em porcos, aves e pessoas nas décadas de 1990 e 2000.
Especialistas acreditam que a detecção do caso no Reino Unido não é motivo de preocupação. “É muito improvável que o único caso de gripe suína H1N2 relatado hoje (ontem) represente algo mais do que o que foi visto no passado”, diz Ian Jones, professor de virologia da Universidade de Reading, na Inglaterra.
Para Jones, a descoberta do vírus em um humano deve ser observada como algo que surge em meio à eficiência do programa de vigilância. “O fato de o indivíduo em questão ter tido uma infecção ligeira que se resolveu sem hospitalização segue a experiência anterior. Devemos lembrar que os programas de vigilância podem descobrir infecções que talvez nunca tenham sido detectadas com base no número de casos ou na gravidade, pelo que deve ser aplicado um nível de tolerância fundamentada. Nem todo novo agente é uma ameaça.”
Com informações: Correio Braziliense