Para a CNI, debates e compromissos firmados na Conferência do Clima reforçam a importância do setor produtivo na construção de uma sociedade mais sustentável e estão alinhados com a visão das empresas
Os debates na Conferência das Partes sobre o Clima, da ONU (COP26), em Glasgow (Escócia), demonstram que a construção de uma sociedade mais sustentável passa, necessariamente, pela mobilização do setor produtivo. Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a agenda dos líderes globais contra o desmatamento ilegal e em defesa de uma economia de baixa emissão de gases de efeito estufa (GEE) reforça a importância dos investimentos em inovação e está alinhada ao posicionamento das empresas brasileiras. Pesquisa divulgada recentemente pela entidade revela que 98% das médias e grandes indústrias do país adotam alguma ação de sustentabilidade nos seus processos produtivos.
“A indústria brasileira já está alinhada com as melhores práticas globais de sustentabilidade há décadas e encara os compromissos assumidos pelos líderes globais na COP26 como uma oportunidade de reforçar sua atuação na construção de uma economia com baixa emissão de gases de efeito estufa. Esse é um caminho sem volta para o mundo”, afirma presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
A CNI já desenhou o seu eixo de atuação com base em quatro pilares: transição energética, mercado de carbono, economia circular e conservação florestal. “Dentro desta estratégia, entram questões como concessões florestais em áreas públicas, mitigação de GEE, bioeconomia e manejo de resíduos sólidos. Temas alinhados aos principais debates travados na COP26 como o combate ao desmatamento ilegal e o acordo para redução de emissão do metano”, completa Andrade.
Dia da Indústria
A CNI acompanha atentamente a COP26 e, no Dia da Indústria na Conferência, na terça-feira (09), vai mostrar exemplos concretos de como o Brasil pode e deve ocupar lugar de destaque no debate e, principalmente, na implementação de ações concretas por um mundo mais sustentável. Numa estratégia que interliga Glasgow com o Brasil, por meio de estúdios interconectados, a participação do país no maior debate sobre o clima do planeta será democratizada.
Na pauta, estarão soluções que levaram energia elétrica limpa para comunidades remotas do Pantanal, caldeira de biomassa, uso de biometano na produção de aço e geração de energia, uma fábrica flutuante de açaí na Amazônia e exemplos de conservação florestal a partir do manejo florestal sustentável.
Dados objetivos que mostram que o Brasil tem uma matriz elétrica formada por 85% de fontes renováveis, enquanto nos países da OCDE esse percentual varia de 18% a 27%. Revelam que, em alguns setores como o cimento, a indústria nacional emite três vezes menos CO2 que a média global. Tem ainda um dos maiores índices de reciclagem de alumínio do mundo.
O Brasil de um modo geral e a indústria especificamente têm um desafio enorme de, por um lado, mostrar as suas boas práticas e servir de inspiração aos atores internacionais e, de outro, atrair negócios sustentáveis para a nação que tem por vocação protagonizar o debate ambiental global.