Inflação da cesta básica é 35% maior do que o IPCA em um ano

Por Ricardo Banana
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Itens básicos saltaram 15,96% entre outubro de 2020 e setembro de 2021, contra alta de 10,25% da inflação global em 12 meses.

Os produtos presentes na cesta básica de consumo das famílias ficaram 15,96% mais caros nos últimos 12 meses, aponta estudo inédito divulgado pela PUC (Pontifícia Universidade Católica) do Paraná. O percentual é mais de 35% superior ao apurado pela inflação oficial, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que acumula variação de 10,25% no mesmo período.

“Sem dúvida, a inflação afeta muito mais as pessoas de rendimentos mais baixos, mas na atual conjuntura ela tornou os preços dos itens da Cesta Básica inacessíveis para muitos brasileiros, pois é maior que a inflação média do IPCA”, afirma Jackson Bittencourt, coordenador do curso de economia da PUC-PR.

Na análise individual dos itens, as maiores altas registradas no período foram contabilizadas pelos preços do açúcar cristal (+38,37%) e do óleo de soja (+32,06%). Também apresentam variações significativas o café moído (+28,54%), o contrafilé (+26,88%), a margarina (+24,97), a batata-inglesa (+24,71%), o tomate (+24,32%) e a banana prata (+22,36).

Por outro lado, as altas menos significativas ao longo dos últimos 12 meses partem do feijão carioca (+1,92%), do leite longa vida (+3,18%) e da farinha de mandioca (+4,52%). Conforme a divulgação, nenhum dos produtos presentes na cesta básica de alimentos ficou mais barato.

Neste ano, o cenário é diferente, com a inflação global, de 6,09%, em nível quase 50% superior à variação de 3,12% dos itens cesta básica no acumulado de janeiro a setembro. Contribuem para a alta em ritmo menos a queda nos preços da batata-inglesa (-23,38%) e do arroz (-10,98), que foram insuficientes para reverter a disparada dos dois itens ao longo do ano passado.

Bittencourt explica que o cálculo considera as despesas de consumo das famílias residentes nas áreas urbanas, com rendimentos entre 1 (um) e 40 (quarenta) salários mínimos, a partir de dados da POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

“O indicador é calculado com base nos 13 produtos de alimentação definidos pelo Decreto Lei n° 399, de 30 de abril de 1938, que regulamentou o salário mínimo no Brasil e que continua em vigência”, afirma o coordenador do estudo que teve sua primeira divulgação a partir dos dados de setembro.

Conheça estratégias para reduzir os gastos no supermercado

-A primeira atitude que o consumidor deve tomar antes de ir ao supermercado é fazer um inventário do que tem em casa para não comprar produtos desnecessários.

-Depois de verificar o que tem e não tem em casa, faça uma lista do que precisa comprar. Além de otimizar a ida ao supermercado, te ajuda a fugir de compras por impulso e a selecionar os produtos que realmente estão faltando.

-Se a sua marca preferida está cara, não mantenha a fidelidade. Mude para outra mais barata e com a mesma qualidade. ‘Há produtos mais baratos e com a mesma qualidade. O que ocorre é uma resistência do consumidor. A substituição ajuda muito nas horas de economizar‘, orienta o economista André Braz.

-Não vá ao supermercado com fome. Antes de partir, tome café da manhã, almoce ou coma alguma fruta para o estômago não influenciar nas suas decisões.

As idas ao supermercado estão ficando cada vez mais caras e exigindo mais atenção do consumidor que quer economizar ao máximo nas suas compras. A prévia da inflação de preços no Brasil mostrou que os alimentos e bebidas saltaram 1,38%, alta influenciada principalmente pela alimentação em domicílio, cuja taxa passou de 1,51%, em setembro, para 1,54%, em outubro. Clique nas imagens acima e veja as dicas dos economistas André Braz, coordenador do IPC do FGV Ibre, e Juliana Inhasz, professora do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa).

(R7).

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