Irrigação, por que não no Semiárido agora?

Por Ricardo Banana
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Olhando o SertãoO deserto da Califórnia, improdutivo, semiárido, muitas vezes árido, enfrentou problemas com a irrigação e hoje é uma das regiões mais ricas do mundo. O estado de Nebrasca, nos Estados Unidos, também dominado por aridez, tem hoje mais áreas irrigadas que a Califórnia. O Noroeste do México resolveu enfrentar o seu problema econômico pela aridez com a irrigação e foi bem-sucedido. A Espanha construiu barragens, acumulou águas e faz irrigação e abastece praticamente a Europa com muitas e muitas frutas. Esse é o panorama da irrigação no Ocidente. Na China e na Índia, a irrigação é feita “às mãos cheias”, milhões de quitares irrigados nas terras áridas.

 No Brasil, com as terras áridas e semiáridas, a irrigação praticamente começou na década de 60, com o Governo da Revolução, aqui no Vale do São Francisco. Havia algumas irrigações embrionárias do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas – DNOCS, mas a irrigação com força chegou no São Francisco com o Governo da Revolução, prosseguiu nos governos que se sucederam ao da Revolução, sobretudo, ao governo de Fernando Henrique Cardoso, isso até 2002. Desde então, não se fez nada de irrigação no Semiárido, notadamente no Vale do São Francisco. A pergunta é: por que pararam a irrigação?

 A irrigação é responsável por grandes novidades no Vale, por exemplo, o polo Petrolina/Juazeiro transformou-se na capital da irrigação no Brasil com incursão no mercado internacional de frutas chegando até ao Japão. Nós fornecemos frutas para a Europa, aos Estados Unidos, chegando até ao Japão. Isso fez florescer, praticamente, uma nova civilização no Vale. Os projetos que estavam em andamento, em fase de conclusão pelo Governo da União, foram rigorosamente parados. Obras paradas. Então, é preciso perguntar: por que pararam a irrigação?

 Nós, do Semiárido, queremos, exigimos, merecemos uma satisfação! Por que de 2002 até hoje (oito anos de Governo Lula e dois anos do Governo atual), a irrigação não recebe o menor cuidado do Governo da União?

 Nós não temos modelos novos. Temos o modelo já conhecido e vitorioso, que é o modelo que foi implantado no atual Projeto Senador Nilo Coelho, no Projeto Maria Tereza, que foi sugestão de uma empresa de Israel e que foi discutido e aceito pelo Governo brasileiro, contemplando colonos, com pequenos lotes familiares, médios empresários e uns poucos grandes empresários. A combinação desses três modelos de irrigação foi bem-sucedida. Isso, naquele tempo. Imaginem no tempo de hoje.

 O polo Petrolina/Juazeiro hoje tem duas escolas de Agronomia, Petrolina e Juazeiro hoje têm escolas onde se forma técnicos de Irrigação. Na grande Petrolina e na grande Juazeiro têm mais outras escolas, formando técnicos próprios para a Irrigação. Temos escolas formando pessoas para a Administração de Empresas, pessoas formando em Veterinária, em Zootecnia. Então, há uma massa humana fantástica para ser selecionada para os projetos de irrigação. A parte mais importante, que são os recursos humanos, foi aportada à região. Nós já temos água, sol, solo e agora temos recursos humanos da melhor qualidade. Como é que o Governo quer ignorar esta realidade e quer nos impor essa paralisia, em nome de quê?

 Parece que o Governo está querendo que a gente seja cada vez mais pobre. Se ele quer isso, ele está contrariando todas as leis do país, porque a Constituição manda que se encurte as desigualdades regionais e inter-regionais. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) diz que o Orçamento precisa cuidar de reduzir as diferenças inter-regionais. Todos fazem um esforço para isso, por exemplo, quando um Governo municipal, estadual ou federal cuida da Educação, faz o treinamento das pessoas, as universidades buscam melhorar a Educação, mas o Governo da República ignora um dever seu, elementar, que é fazer o Canal de Irrigação. Isso tem que ser considerado inaceitável, é preciso despertar quem está dormindo diante disso. O Governo do Estado tem que saber disso, que nós estamos bem melhorados para enfrentar o problema da irrigação.

 O Projeto Pontal tem 65 quilômetros de canal, com mais 30 ou 40 milhões, é possível irrigar 3.500 hectares, gerando 12.000 empregos diretos, somando aos indiretos, são 40.000 empregos. E tudo isso não acontece, por quê? Alguém tem culpa nisso. O Semiárido não aceita mais isso! Não podemos continuar sendo vítimas de tanta negligência! Nós temos tudo, temos deputados federais, temos governador, temos ministro de Estado, temos presidente da República, e somos assim, abandonados a própria sorte. O que eu busco, hoje, é uma resposta: por que não à irrigação do Semiárido? Há dez anos que não se faz irrigação no Semiárido! Essa pergunta merece resposta, precisa de resposta, exige uma resposta!

Osvaldo Coelho (DEM/PE)

Foi Deputado Federal por oito legislaturas

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9 comentários

luiz americo 2 de setembro de 2012 - 0:49

caro to de olho; moro em petrolina desde 1986, para tudo tem um um subistituto, mais esse OSVALDO COELHO E INSUBISTITUIVEL.

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Lucena 1 de setembro de 2012 - 18:41

É Cícero, e ainda vem esse tal de “to de olho”, sem o menor conhecimento da causa defendida por Dr. Osvaldo e fala mal do que é a nossa redenção.

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oliveira 1 de setembro de 2012 - 14:25

Esse tou de olho é um analfabeto politico e só sabe falar besteira,desde menino que ouço falar em( coelho) como politicos respeitados em Pernambuco e no Brasil, mesmo não votando em Osvaldo e em Guilherme não posso deixar de reconhecer que Nilo,Osvaldo,josé,Paulo,Augusto e Geraldo Coelho fizeram muito por Petrolina, e que a nossa Cidade(digo nossa por que moro aqui ha 22 anos) só é o que é por conta deles, pois outras cidades da beira do são francisco não se desenvolveram como PETROLINA por que não tinham força politica como as deles,so lemento que eles hoje não tenham mandatos, e que o nosso ministro FBC não tenha olhado para Petrolina com deveria, mais se preocupou apenas em querer eleger seu filho, o que não vai conseguir por que o povo já não aguenta mais esse negocio de FBC achar que é dono dos cidadãos desta cidade, querendo pisar nos politicos mais humildes.

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PETROLINENSE 1 de setembro de 2012 - 13:10

Osvaldo Coelho, redentor da água e da educação no sertão abandonado. Quem fala mal de Osvaldo Coelhom fala mal até dos antepassados de sua sua família. Desde criança que acompanho a saga desse sertanejo. Dr.Osvaldo, muita saúde e permaneça com suas excelentes colocações contra a pobreza do Nordeste.

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Luis Pedreira 1 de setembro de 2012 - 12:30

Há se todo estado do Nordeste produzisse um Osvaldo Coelho, e esses Osvaldos se voltassem a irrigação, como fez o Osvaldo daqui, já pensaram na transformação? talvez só depositarão todas as honras merecidas na conta desse guereiro, quando ele se for para a eternidade, mas, fique sabendo Dr. Osvaldo que sua vocação e feito extraordinario que tranformou toda região, entrará para a historia e, é, merito exclusivo do senhor, que priorizou em transformar um solo seco ao abondono em produtor de alimentos para a vida, e isto é de uma grandeza sem fim.

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Verdinha 1 de setembro de 2012 - 12:08

Pessoas que não têm condição sequer para ler um texto deste tamanho, imagine para outras coisas. Daí podemos concluir que de nada entende sobre irrigação e muito menos sobre geração de renda e empregos. É lamentável que Dr. Osvaldo, pessoa muito respeitada e admirado por todos aqueles que valorizam as pessoas do bem, não exerça mais o seu papel de Parlamentar, que, aliás, Petrolina só perdeu deixando de elegê-lo bem como ao seu irmão Geraldo de Souza Coelho. É preciso que as pessoas entendam que estes homens merecem o nosso respeito pois Petrolina deve muito a eles. Por que hoje esta cidade está como está? Foi por acaso o seu desenvolvimento?
Quem acha que não deve votar em candidato que eles apoiam, tudo bem. é DEMOCRACIA. Mas vamos respeitá-los. Não foi isso que aprendemos com os nossos pais?

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TOU DE OLHO 1 de setembro de 2012 - 10:41

ESSA É A ULTIMA ELEIÇÃO PRAR DOUTOR OSVALDO.
SÓ APARECE EM VESPERA DE ELEIÇÃO SEMPRE COM ESSE LEMA IRRIGAÇÃO.
TEVE TUDO NAS MAOS DURANTE 50 ANOS DE VIDA PUBLICA POR QUE NÃO FEZ.
O CONTEUDO DO TEXTO É TÃO GRANDE QUE DAR ATÉ PREGUISA DE LER AS PRIMEIRA PALAVRAS.

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Lucena 1 de setembro de 2012 - 18:47

TOU DE OLHO, a sua preguiça é devido talvez à sua má formação educacional ou talvez ressentimento por não ter conseguido um bom lugar ao sol, ao Sol do sertão nordestino!
Se liga cara, vai estudar a história política e de desenvolvimento de nossa região e verás quão importante é a irrigação para todos nós, ou então procura um desses políticos sujos que se elegem comprando voto, vende o seu e vai encher a cara com o pouco que eles você vale!

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Cicero Lio 1 de setembro de 2012 - 9:07

Que bom que ainda temos alguém que se importa com este assunto. A irrigação é a redenção do nosso sertão; pena não estar na ordem do dia a muito tempo. contudo não podemos desanimar.

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