A cantora Ivete Sangalo sempre teve uma relação boa com a imprensa. O problema é que por motivos diversos – dentre eles as ‘parcerias’ e amarras comerciais, os veículos, em especial os baianos, tratam a cantora como o baluarte da moral, competência e bons costumes. Em recente rodada de entrevistas nos veículos de comunicação de Salvador, o que se viu foi uma enxurrada de rasgação de seda. Só levantavam a bola para a artista chutar. Não que o objetivo tenha que ser derrubar. Mas o problema é que muitas vezes esquecem dos assuntos que estão na agenda local e nacional, ignoram os fãs e, principalmente, as pessoas que não são admiradoras do trabalho da cantora e que querem saber além do que já foi divulgado. E como a curiosidade do homem é grande, torna-se lógico que ninguém vai ouvir, assistir ou ler uma entrevista de Ivete só para saber da gravação do DVD, no dia 14 de dezembro, na Arena Fonte Nova, a não ser os fãs mais fervorosos. Todos querem saber de tudo, tudo mesmo. E assim foi a elogiada entrevista que a revista Veja fez com a juazeirense. No bate-papo, a cantora falou abertamente e com muita coragem sobre drogas, a suposta ‘rixa’ com Claudia Leitte, fama e a sua opção sexual.
Ivete foi questionada se o termo ‘Dalila’, música de Carlinhos Brown, seria um código para buscar cocaína. “Oi? Por que, você já mandou buscar a sua assim? Ô, meu Deus, coitado de Carlinhos Brown, autor da música, que é tão careta. A verdade é que qualquer um pode atribuir música a qualquer coisa, não é? Isso aí é folclore. São elucubrações carnavalescas. O cara está tão doido que manda buscar uma Dalila. Eu não gravei com essa intenção”, explicou. Ela falou mais sobre drogas: “Não uso, não gosto, não gosto do ambiente delas. Deus me defenda. Cansei de ouvir história de que o enfermeiro que é amigo da vizinha da prima de alguém me atendeu num hospital com overdose. Parte do meu público é adolescente, e tenho medo que eles achem que preciso disso para fazer o que faço no palco. Não preciso estar drogada. Não poderia ter 20 anos de estrada com esse vigor se usasse droga. Não dá, não tem condição. (…) Convivi com pessoas que usam, vi com boca travada, pó no nariz, coisa que me deprime demais. Agora, a droga, eu não vi. Tenho um pouco de medo. Uma vez estava fazendo uma festa de final de ano, havia vários artistas, eu estava dividindo camarim com uma galera e uma rapaziada convocou para cheirar. Fiquei quietinha no meu canto, me sentindo uma menina desprotegida. Não tenho relação nenhuma com droga”.
Já sobre sexualidade, Ivete negou ter um relacionamento secreto com a apresentadora Xuxa e também comentou a decisão de Daniela Mercury em assumir publicamente um relacionamento com uma mulher e falou sobre sua opção sexual. “A surpresa mesmo foi para o público, não para a vida dela. Não vou ficar aqui dizendo a você o que sou ou não. Mas, até onde sei, minha predileção é por homens. Nunca fiquei com mulher, apesar de ter sido cantada muitas vezes. Aliás, acho ótimo quando acontece. O máximo que fiz com mulher foi beijar Hebe Camargo, a mais linda que conheci. Vou ter essa lembrança sempre na minha vida. E dei selinho, de brincadeira também, em Mônica Iozzi, do CQC”, relembra.
A artista fez questão de deixar claro que não há inimizade entre as colegas do axé, inclusive, Claudia Leitte, com quem sempre é vista por muitas pessoas, como ‘imitadora’. “As pessoas sentem um prazer estranho em torcer para que saia briga entre Daniela Mercury, Claudia Leitte e eu. É sempre alguém cutucando atrás de uma picuinha, o que é constrangedor para todas nós responder. A gente vai dizer o quê? Que se ama loucamente? Não. É uma relação de respeito, mas não posso dizer que telefonamos umas para as outras para bater papo. Quero que apareça alguém capaz de pontuar uma única situação em que me estranhei com Daniela ou Claudia, um olhar atravessado que seja. Agora, há cantoras que são amigas de frequentar minha casa, como Margareth Menezes e outras que não são do axé, como Solange, do Aviões do Forró, e Vanessa da Mata”, diz. Mas ressaltou que a loira tem, sim, influência dela: “Acho que ela tem uma influência fortíssima minha. Agora, dizer que imita, não. Nem permito que meus amigos e família falem esse tipo de coisa. Mantemos respeito. Claudia é uma artista. Para ela, sendo artista, ter o objetivo de me copiar seria péssimo. Já falei a ela e falo a quem perguntar: ela sofre influência minha, mas apenas porque sou a cantora que, quando ela estourou, estava mais em evidência, era a mais próxima da realidade dela. Tem coisas dela que gosto, ouço e canto no trio elétrico”.
Na entrevista, a artista também negou que Jesus Sangalo, seu irmão e ex-empresário, desviou dinheiro da Caco de Telha, hoje Iessi: “Ele nunca fez isso. Não fez nada disso. Começamos a discordar sobre o modo de tocar os negócios e, quando você trabalha com alguém por quinze anos, essas divergências se tornam pesadas a ponto de um não querer ouvir a opinião do outro. Por exemplo: a quantidade de gente trabalhando. Antes, mesmo que tivesse uma pessoa na empresa capaz de trocar uma lâmpada, acabávamos contratando um terceiro para isso. Isso não é roubo, mas é uma forma de burlar, como se eu fosse cantar num show e fizesse playback. Fiz um eletrochoque de gestão, reduzi em 50% a quantidade de funcionários. Assumi uma postura de menos pessoas na empresa. Como muitos eram da família, muitos parentes saíram. O objetivo não é manter a família trabalhando, é manter a empresa funcionando”, finalizou. (Bhia Noticia)
Blog do Banana