Jerônimo dá largada em plano de fazer petista presidente da Assembleia por meio da eleição de Adolfo Menezes

Por Ricardo Banana
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Durante o evento de confraternização de ontem, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) fez chegar aos deputados mais próximos da base governista o interesse em eleger o petista Rosemberg Pinto, líder do governo, à vice-presidência da Casa.

Para isso, admitiu que trabalhará pela reeleição do atual presidente, deputado estadual Adolfo Menezes (PSD), na expectativa de que a Justiça questione sua manutenção no cargo, permitindo que Rosemberg assuma a presidência em seu lugar.

Em troca do plano, segundo um parlamentar que participou da comemoração mas não revelou se ouviu a proposta da boca do governador, Adolfo seria indicado ao Tribunal de Contas dos Municípios.

Poderia ainda obter ajuda para eleger a mulher, que perdeu a eleição à Prefeitura de Campo Formoso, deputada na Assembleia em seu lugar.

Um outro parlamentar consultado pelo Política Livre confirmou a conversa de Jerônimo com alguns parlamentares, mas não conseguiu revelar se Adolfo estaria à par do plano.

Repetidas vezes o presidente da Assembleia tem dito que não gostaria de encerrar sua carreira política, apesar de, no seu estilo “sincerão”, reconhecer as vantagens de que um conselheiro desfruta, que vão de salário alto à vitaliciedade.

Jerônimo, por sua vez, não esconde da base a ideia de, em seu mandato, entregar o comando da Assembleia ao partido ao qual não apenas pertence, mas pelo qual tem verdadeira paixão.

Acha que, com a iniciativa, marcaria o legado da agremiação no Estado, que, nestes praticamente 20 anos em que comanda a Bahia, jamais chegou perto de controlar o Legislativo baiano.

Para convencer os parlamentares de que eleger Rosemberg não seria nenhum ‘bicho de sete cabeças’, sua articulação política alega que a sigla amadureceu e o líder petista mais ainda.

Por esta avaliação, ao invés de mexer nos privilégios dos deputados, o que sempre foi um temor generalizado em gerações na Casa, o deputado petista os manteria e até ampliaria.

“Será que os colegas de Rosinha (apelido carinhoso dado ao líder) não entendem que o PT mudou, não é mais aquele bicho papão que queria ‘limpar ou desinfetar’ as instituições?”, questiona a mesma fonte com um sorriso irônico.

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