“O reajuste dos jogos lotéricos não é suficiente para reverter a tendência de desaceleração do IPCA, que deve ser mantida até o fim deste primeiro semestre”, afirma André Braz, economista do FGV/Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).
O efeito esperado leva em conta que os jogos de azar correspondem ao 52º maior peso, de 0,43%, no cálculo mensal do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial. “Com esses 15% de aumento, o impacto vai ser em torno de 0,05 ponto percentual na inflação de maio”, calcula Braz.
Os jogos da Quina e do Dia da Sorte terão os maiores reajustes, de 25%, e o valor de cada aposta subirá de R$ 2 para R$ 2,50. Já para os concursos da Mega-Sena, a loteria mais popular no Brasil, a alta é de 11,1%, de R$ 4,50 para R$ 5.
Ainda que os aumentos não tenham um impacto estrondoso no índice oficial de preços, André Braz destaca que o reajuste representa uma despesa permanentemente mais alta para o bolso das famílias que buscam mudar de vida com os sorteios.
“Não é aquele aumento que acontece agora e depois desaparece, porque os jogos lotéricos têm um preço tabelado. Se ele ficou mais caro, é inflação na veia. É uma alta permanente, diferente de um artigo de higiene ou dos alimentos, cujos preços podem subir em determinado período mas cair em outro”, explica o economista.
Confira os novos valores das loterias:
Mega-Sena: de R$ 4,50 para R$ 5 Quina: de R$ 2 para R$ 2,50 Lotofácil: de R$ 2,50 para R$ 3 Lotomania: de R$ 2,50 para R$ 3 Timemania: de R$ 3 para R$ 3,50 Dia de Sorte: de R$ 2 para R$ 2,50
As alterações entrarão em vigor já neste domingo (30) para a Mega-Sena, a Quina, a Lotofácil e a Lotomania. A partir de 3 de maio, os reajustes passam a valer também para os jogos da Timemania e do Dia de Sorte.