A Embrapa acaba de publicar mais uma edição de seu Balanço Social, com dados relativos ao ano de 2020. De acordo com a publicação, a Empresa gerou um lucro social de R$ 61,85 bilhões no ano passado. Esse valor foi obtido a partir da análise do impacto econômico de uma amostra de 152 tecnologias e 220 cultivares desenvolvidas pela Empresa, além dos indicadores laborais e sociais.
“O lucro social é um valor decorrente dos benefícios econômicos recebidos pelo setor produtivo com a adoção das soluções tecnológicas geradas pela Empresa”, afirma Graciela Vedovoto, analista responsável pela área de Avaliação de Desempenho da Secretaria de Desenvolvimento Institucional (SDI). Esse valor é calculado por meio da soma dos lucros obtidos pelos adotantes dessas soluções. “Quando relacionamos em 2020 o lucro social de R$ 61,85 bilhões com a receita operacional líquida de R$ 3.48 bilhões, temos então o índice de retorno social de R$ 17,77 para cada real aplicado na Embrapa” detalha Graciela.
A analista esclarece ainda que “em 2020 essa relação foi particularmente elevada porque a Embrapa passou por um Plano de Desligamento Incentivado (PDI) e por uma racionalização de despesas, que fez com que seu orçamento fosse reduzido”, mas pondera: essa diminuição do denominador da fórmula não é comum ou frequente e é preciso explicar que não houve saltos atípicos em termos de benefícios da pesquisa, mas uma situação relacionada a gestão da empresa”, finaliza Graciela.
Contribuição histórica à sociedade
Esses números sintetizam, sob o aspecto econômico, uma série de contribuições da Empresa à sociedade e estão entre os principais resultados apresentados no Balanço Social. Outro dado importante, também obtido a partir dessa amostra de soluções tecnológicas analisadas é a geração de 41.475 novos empregos em 2020. O benefício econômico proporcionado ao setor produtivo que incorpora a pesquisa da Embrapa nos últimos anos foi muito superior à quantidade de recursos financeiros investidos na Empresa.
Os números do Balanço Social ganharam maior relevância com o surgimento e dispersão mundial do vírus da covid 19. A pandemia desafiou diversos países a lidarem com suas decorrências, inclusive em termos de segurança alimentar. De acordo com Celso Moretti, presidente da Embrapa, “a contribuição da Embrapa para enfrentar a pandemia não ocorreu somente de forma imediata, na disponibilização de seus laboratórios para a produção de testes de identificação do vírus, entre outras iniciativas. Na realidade, as soluções tecnológicas geradas pela Embrapa e seus parceiros nas últimas décadas vêm propiciando à população brasileira o acesso a alimentos em quantidade, qualidade e a preços mais baratos. Esse desempenho histórico faz toda a diferença em momentos como este”. Mesmo com a pandemia, a Embrapa continuou contribuindo sobremaneira para a qualidade de vida da sociedade brasileira.
Novos Caminhos e Contribuições
Além da contribuição histórica que chega aos dias atuais, 2020 foi o ano que a Empresa pavimentou novos caminhos e redirecionou sua atuação com o lançamento do VII Plano Diretor, reavaliou sua programação de pesquisa e aprimorou o alinhamento de seu processo de inovação aos Objetivos de Desenvolvimento sustentável (ODS), estabelecidos pela Organização das Nações Unidas. Como se não bastassem esses novos desafios e perspectivas, a Embrapa apresentou uma série de outros resultados em 2020.
Entre eles, a Empresa contribuiu com tecnologias sustentáveis para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, por intermédio do Plano ABC, iniciativa internacional com dez anos de existência; criou o SpeciFIT, um equipamento de ressonância magnética nuclear para análise de matérias-primas e produtos alimentícios; adaptou um método de regeneração de butiazais, formação vegetal típica do Sul do país, cujo aproveitamento da madeira, folhas e frutos proporciona o aumento de renda; e promoveu, em conjunto com outras instituições, a produção em larga escala da araucária, espécie florestal praticamente exclusiva do Brasil, cuja madeira é de alta qualidade e suas sementes são de alto valor nutritivo. Além disso, a ausência de espécies forrageiras adaptadas à região Sul do Brasil foi resolvida por meio de uma parceria público-privada envolvendo várias unidades da Embrapa, corresponsáveis pelo lançamento de 13 cultivares de forrageiras nos últimos doze anos.
No âmbito do consumidor, a Embrapa contribuiu para a formulação de uma nova norma sobre rotulagem nutricional de alimentos, tornando suas informações muito mais transparentes. Em se tratando de informações, o aplicativo móvel Zarc Plantio Certo, também criado pela Empresa, passou a facilitar a consulta a diversos dados gerados pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) e a subsidiar a tomada de decisões quanto ao planejamento e execução de atividades no campo. Aliás, mesmo em época de pandemia, a produção e o consumo de informações produzidas pela Embrapa não diminuíram, pelo contrário. O cancelamento de eventos presenciais em razão do surto de Covid-19 deu grande impulso aos cursos, eventos e conferências on line da Empresa em 2020. Os cursos de Educação a Distância (EAD), por exemplo, registraram 411.055 inscrições no ano passado, um crescimento de 1.411% sobre os 27.197 inscritos em 2019.
Com todos esses resultados e perspectivas de atuação, o ano de 2020 demonstrou que uma grande crise mundial não é suficiente para desmobilizar todo um patrimônio material e intelectual formado ao longo de 48 anos. Mesmo inserida em contexto desfavorável, a Embrapa respondeu à altura dos cenários que a ela foram se apresentando.
Para acessar a íntegra do Balanço Social 2020 da Embrapa: https://www.embrapa.