O carnavalesco Paulo Barros, mais uma vez, confirmou seu favoritismo ao título do carnaval pela Unidos da Tijuca. Com um desfile cheio de surpresas, o carnavalesco brindou o público com um espetáculo para deixar qualquer um boquiaberto. Até mesmo os jurados (do último modulo), que normalmente se mantêm impassíveis, aplaudiram de pé a passagem do último carro e também do próprio Paulo Barros na Avenida.
Com o enredo “O dia em que toda a realeza desembarcou na Avenida para coroar o rei Luiz do Sertão”, a Tijuca conseguiu transportar a plateia para o Nordeste de Luiz Gonzaga, com suas alas e carros criativos. Paulo Barros, que nos dois últimos carnavais retratou temas mais abstratos, disse que a mudança no estilo do tema não afetou o trabalho.
Um dos pontos altos foi a comissão de frente, chamada de “O rei mandou tocar o fole!”, que arrancou gritos de “é campeã”. Os integrantes carregavam uma sanfona que se abria. De lá, eles tiravam uma espécie de tubo sanfonado, onde podiam se esconder e fazer diferentes movimentos. Mas a grande surpresa ficou por conta da aparição de um Luiz Gonzaga, que saia de dentro de uma grande mola colorida, a alma da sanfona. O público foi ao delírio.
“A gente sair de uma coisa temática para uma biográfica foi um acréscimo. Ensaiamos durante três meses, todos os dias, por quatro horas. E na fase final, ainda intensificamos os ensaios”, disse a coreógrafa Priscilla Mota, afirmando que a pressão para fazer algo diferente foi muito maior ano passado.
As alegorias vivas, uma das maiores características de Paulo Barros, também se fizeram presentes, como no terceiro carro: “Do barro, se fez a vida”. Alguns bonecos de mestre Vitalino faziam movimentos sincronizados com pequenas sanfonas, enquanto outros ficavam em cima de enormes gangorras. O segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira também veio como bonecos de barro.
O abre-alas foi outro que chamou atenção. Não apenas pelo inusitado desembarque dos vários reis que coroaram o Gonzagão na Marquês de Sapucaí, mas também pela homenagem a Joãosinho Trinta, que morreu em dezembro passado. Durante o desfile, os integrantes da alegoria levantavam uma faixa que lembrava o carnavalesco.
No último carro, mais uma alegoria viva. Uma grua levava um Luiz Gonzaga bem perto dos espectadores, enquanto integrantes do carro, caracterizados como asa branca, saiam de três grandes bolos negros.
A bateria do mestre Casagrande também animou, misturando forró com samba. Rosinha Gonzaga, filha de Luiz Gonzaga, desfilou na ala da diretoria em sua estreia na Avenida.
— É minha primeira vez na Marquês de Sapucaí. É um momento muito especial para todos nós, e agradecemos à escola pela linda festa — comentou.
Daniel Gonzaga, filho de Gonzaguinha, neto de Luiz Gonzaga, também desfilou na Sapucaí:
— É muito bacana uma escola carioca homenagear o meu avô. O desfile abre um ano especial, do centenário dele.
Fonte: O Estado de São Paulo
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