O esperado encontro entre os líderes de dois grandes países emergentes começa logo mais, às 5h30, horário de Brasília
Nesta sexta-feira (14), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, se encontra com o líder chinês Xi Jinping, presidente da República e secretário-geral do Partido Comunista da China. Os dois, que estão começando seus terceiros mandatos, são pesos pesados no cenário da política internacional. Ambos querem ter o apoio do outro em vários temas, de meio ambiente à guerra da Ucrânia. Uma boa relação entre eles pode render muito para o Brasil, para a China e até para o mundo, assinala a Agência Brasil.
Em diferentes aspectos, a visita de Lula à China é uma tentativa de criar alternativas ao domínio dos Estados Unidos no mundo.
O encontro histórico de Lula e Xi é crucial para o desenvolvimento e a paz mundial, aponta o jornal chinês Global Times, em editorial.
Durante a visita de Lula ao país asiático, ele participou da posse da presidente Dilma Rousseff à frente do Novo Banco de Desenvolvimento, conhecido como Banco do Brics.
Dilma na presidência do Brics representa maiores possibilidades de desenvolvimento dos países emergentes, nova arquitetura financeira mundial, reforço de polo contra a hegemonia estadunidense, papel acrescido do Brasil no mundo e multipolaridade. Ela destacou que a ajuda a países mais pobres, em desenvolvimento, é uma prioridade e que o banco desempenha um papel importante na visão de um mundo multilateral.
Essa expressão, mundo multilateral, é uma vontade política de questionar o domínio americano que se traduz não só em poderio militar, mas também no peso dos Estados Unidos em instituições como Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial que, tradicionalmente, eram os únicos com cacife suficiente para socorrer países em dificuldade financeira, mas também para impor condições que muitos acham injustas.
No seu discurso, o presidente Lula salientou um outro aspecto que também sinaliza concretamente uma influência na direção de um mundo mais plural. Lula disse que os países não precisam ficar sempre atrelados ao dólar nas suas transações internacionais. Que é possível fazer um comércio direto usando as moedas locais, que fazer as coisas de uma maneira diferente e com muita paciência é uma marca dos chineses. E que o banco tem um potencial transformador para o mundo.
Encerrou seu discurso pedindo um mundo mais generoso e com mais fraternidade para derrotar o discurso do ódio e o individualismo. Distanciar-se do dólar tem consequências na relação com os Estados Unidos. Pode ser uma visão econômica racional, mas também com carga política.