Vários integrantes de movimentos sociais e estudantil, estiveram na Câmara de Petrolina-PE, nesta manhã durante a sessão plenária. Ele foram além de protestar contra a prisão do ex-presidente Lula, se solidarizar com o vereador Gilmar Santos, PT, agredido no domingo, 8, pelo deputado federal Gonzaga Patriota, PSB.
Aos gritos de “Gilmar guerreiro do povo brasileiro”, os manifestantes levaram cartazes com frases contra o golpe parlamentar, contra o presidente Michel Temer e em apoio ao professor Gilmar. Eles também utilizavam mordaças como forma de protesto. Gilmar levou um soco no rosto desferido pelo deputado, ao se negar cumprimentar Gonzaga e ainda chamá-lo de golpista.
Patriota teria insistido no cumprimento, mas Gilmar continuou com o que classificou de “protesto” e não atendeu o deputado. Gonzaga Patriota não gostou da forma de protesto do petista e partiu para as vias de fato. Tudo aconteceu na saída da Escola José Cícero de Amorim, em Rajada, distrito de Petrolina, local da audiência popular.
“O deputado de longe, há mais ou menos uns 5 metros, acenou para mim, tentando uma comunicação. Naquele momento, num gesto de protesto, me recusei e me negava a cumprimentar golpista. O deputado contrariado, me seguiu e continuou, insistindo em argumentações. Mantive o meu posicionamento e repeti que o golpe em 2016, contra o governo da presidenta Dilma, um mulher honesta, tinha um voto e a responsabilidade dele”.
Gilmar frisou que em nenhum momento foi na direção do deputado, nem insistiu em aproximação com o parlamentar socialista, nem foi fazer provocação direta. “Apenas continuei no meu direito de não cumprimentar golpista e quanto mais ele se aproximou, mas eu reafirmei o meu posicionamento dizendo que ele era golpista. E naquele momento, o deputado, descontrolado, acompanhado de seguranças, pro isso fez, teve esse ato covarde, desferiu um soco em meu rosto. Os seguranças, de forma profissional, retiraram o deputado. Não revidei, não revidarei da forma suja como ele trata a democracia. Eu não estou sozinho nessa luta”, disparou.
O petista afirmou que Gonzaga Patriota usou a violência para resolver uma questão da democracia, e usou a truculência típica de coronel para resolver o que exigia diálogo ou até, silêncio, porque para o vereador, na democracia também se faz silencio.
“Ele usou em suas explicações, expressões típicas de gente autoritária, acostumada a mandar, a impor, humilhar, a ser bajulado por gente que baixa a cabeça e não tem coragem de questionar a sua péssima atuação política. Um deputado há 40 anos na vida pública, sete mandatos, político profissional que aparece a cada quatro anos nos bairros da periferia em busca de votos”, assinalou.
Gilmar aconselhou o deputado Gonzaga a usar sua força política como aliado do governo do estado, para melhorar as condições de trabalho dos policiais civis de Pernambuco. “Fui prestar queixa numa delegacia com policiais sem a menor condição de trabalho, um local insalubre, com mal cheiro”, denunciou.
O petista quis saber como o deputado se diz defender a democracia, querendo bancar de vítima, afirmando que golpista é só quem rouba, mas que se ele for consultar o dicionário, verá que golpista é aquele que favorece manobras, trai o povo.
“Como o golpe parlamentar que ele apoiou e que usaram cinicamente que o impeachment era contra a corrupção no Brasil e, na verdade era para colocar Michel Temer e toda uma quadrilha de homens brancos, ricos, racistas, homofônicos, gente da pior qualidade que tem levado o nosso pais a uma situação de abismo, de penúria, de vexame, de vergonha e escancarada perseguição política ao ex-presidente Lula. Tudo isso contou com o voto do deputado Gonzaga Patriota”, acrescentou Gilmar Santos.
O vereador ainda deu mais um conselho ao seu agressor: “Deputado, não use valentia para uma pessoa que o critica. Temos que ter capacidade de receber qualquer tipo de crítica, principalmente quando elas questionam as nossa atitudes”, arrematou o vereador Gilmar Santos.