Mansueto de Lavor, comunicador da igreja e na política

Por Ricardo Banana
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Um cearense de Barbalha no Ceará, escolheu Petrolina, na condição de sacerdote católico, para sua vida espiritual e para o exercício político. O senador Mansueto de Lavor (MDB PE) não pode ser jogado no esquecimento. Formado em Teologia, Filosofia e Sociologia, professor acadêmico da FFPP hoje UPE. Intelectual e radialista de mão cheia. Comunicador por excelência e administrador de recursos humanos.

Mansueto começou sua vida para todos na Emissora Rural de 1961 a 1982. Como padre foi identificado com a teologia da libertação. Para isso juntou-se sempre aos movimentos sindicais e da defesa dos trabalhadores. Liderou o movimento eclesial de base em Petrolina. Mas a política lhe atraiu para vôos fora da Igreja. Eleito em 1978 deputado estadual, foi o primeiro parlamentar do sertão representando as forças de esquerda. Isso saindo da base eleitoral de Petrolina. Em 1982 foi eleito deputado federal e coincidiu com os primeiros movimentos pós exílio do governador deposto pela ditadura, Miguel Arraes. Em 1986, com a frente popular de Pernambuco, onde Arraes sagrou-se governador, Mansueto foi um dos símbolos do arrastão democrático, elegendo-se Senador com as bençãos de Arraes.

Mas em Petrolina, Mansueto, se não foi aquele parlamentar fisiológico ou tocador de obras, prevaleceu seu preparo acadêmico sobretudo para influir na construção da carta magna em Deus capítulos sociais e culturais. Mansueto de Lavor foi um senador constituinte orgânico com presença decisiva nos debates nacionais.
Na Emissora Rural praticamente em duas décadas, ajudou a formar uma comunicação crítica e vigilante na defesa dos oprimidos. Como padre, usou a batina para pregar o evangelho das oportunidades. Já no senado, tirou a batina, casou-se, teve filhos e se manteve em Brasília mesmo depois do mandato. Mansueto foi presidente no senado da comissão de orçamento e muito decisivo para liberação de verbas que ampliaram Petrolina em seu perímetro urbano com a duplicação de avenidas e construção do centro de convenções. Faleceu em agosto de 1998.

Com informações: Marcelo Damasceno

 

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