Marido de alemã assassinada em PE acusa a mãe de ter tramado o crime

Por Ricardo Banana
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O marido da alemã Jennifer Kloker, assassinada no carnaval de 2010, em Pernambuco, confessou participação no crime e disse que a morte foi tramada pela mãe dele, Delma Freire. “Se eu pudesse voltar atrás, eu voltaria. Era a mãe do meu filho”, afirmou Pablo Tonelli diante dos jurados, no Fórum de São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife, na manhã desta segunda-feira (11).

“Ela (Jeniffer) batia no meu filho, espancava minha avó, me traía, se prostituía e ameaçava tomar meu filho”, disse Pablo, acrescentando que não sabia do seguro de R$ 1,2 milhão feito em nome da alemã. “Foi Ferdinando (pai adotivo dele e sogro da vítima) que fez”. Segundo Pablo, Jennifer era procurada pela polícia da Alemanha por clonagem de cartão de crédito. Ele ressaltou ter agredido a vítima uma única vez, quando o filho do casal tinha 2 anos, porque ela o traiu.

No depoimento, Pablo não quis dizer quem atirou na alemã. “Eu e minha família estamos sendo ameaçados e o Ministério Público não vai garantir a minha segurança. Essa pessoa deu dois tiros e minha mãe disse que era para o bem da família”, comentou. Ele também relatou ter sido espancado pelos policiais durante os depoimentos, por isso, teria assumido ter tentado matar Jennifer Kloker outras quatro vezes.

Antes dele, Delma Freire (apontada como a mentora do assassinato pela polícia) afirmou: “Queria ser julgada pelo que realmente fiz. A imprensa fez de mim um monstro para a sociedade”, limitou-se a dizer.

Depois de Pablo, ainda serão ouvidos Ferdinando Tonelli (sogro de Jennifer) e Dinarte Medeiros (irmão de Delma). A ordem foi definida pela juíza Marinês Marques Viana, após desentendimento entre os advogados de defesa dos réus.

Logo após o início da sessão, por volta das 10h, a defesa de Delma chegou a afirmar que parecia haver um conflito de teses entre os advogados de todos os acusados, o que poderia acarretar o desmembramento do júri. O promotor André Rabelo afirmou que nao existe a possibilidade de dividir o júri. “Sao advogados diferentes. Só haveria desmembramento se fossem os mesmos advogados para todos”, explicou o membro do Ministério Público de Pernambuco (MPPE).

Júri

Seis mulheres e um homem formam o Conselho de Sentença, que vai decidir o destino dos quatro acusados. Após os depoimentos, a acusação tem quatro horas para expor seus argumentos. Na sequência, é a vez da defesa – o prazo máximo é de 1h30 para cada um dos réus – formando um total de 6h. A fase seguinte do júri é a réplica e a tréplica, com duração prevista de duas horas para cada parte. Então os jurados são levados para uma sala isolada para decidir pela condenação ou absolvição dos réus – em maioria simples e caráter sigiloso. Caso sejam condenados, o juiz é quem define a duração da pena

Caso

Jennifer Kloker foi morta com dois tiros. O corpo dela foi achado no dia seguinte, às margens da BR-408, em São Lourenço da Mata, próximo ao Terminal Integrado de Passageiros (TIP). Estão sendo julgados quatro dos cinco envolvidos: Pablo Tonelli, Ferdinando Tonelli, Delma Freire e Dinarte Dantas de Medeiros. A previsão é que o julgamento se estenda até a próxima quinta-feira (13).

Os Tonelli disseram à polícia terem sido vítimas de latrocínio (assalto seguido de morte) logo no começo do inquérito policial. Com o desenrolar das investigações, os policiais descobriram que Jennifer tinha feito um seguro de vida e concluíram que a morte foi tramada pela família.

Dos acusados, apenas Delma Freire não confessou participação no crime. Os acusados foram indiciados pela Polícia Civil por formação de quadrilha e homicídio duplamente qualificado (por motivo fútil e uso de recurso que tornou impossível a defesa da vítima). O grau de parentesco e a convivência entre Kloker e três acusados (Pablo, Delma e Ferdinando) são considerados circunstâncias agravantes.

Fonte: G1

 

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