Marília é candidata a governadora e precisa dar explicações sobre o Orçamento Secreto”, cobra Danilo

Por Ricardo Banana
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O candidato a governador Danilo Cabral cobrou, durante sabatina na Rádio CBN Recife, nesta segunda-feira (19), explicações à adversária Marília Arraes em relação às solicitações no orçamento secreto. O socialista levantou a hipótese de que a aliada de Paulinho da Força Sindical, por ter indicado as verbas, se aproximou da pauta bolsonarista. Danilo enfatizou que, embora as pessoas possam identificar quais deputados cadastraram pedidos, não há transparência quanto à liberação do dinheiro e os critérios de repasse. O nome de Lula em Pernambuco também cravou que, para alimentar essa usurpação da atribuição do Poder Executivo, o governo Jair Bolsonaro está cortando dinheiro de programas sociais, como o Farmácia Popular, que teve 60% do orçamento diminuído, prejudicando mais de 21 milhões de brasileiros.

“Repare o que aconteceu recentemente. Os recursos que estavam previstos para o (programa) Farmácia Popular no Brasil, R$ 2 bilhões, foram suprimidos para garantir recursos para o Orçamento Secreto. Ou seja, tiraram recursos do programa para distribuir com meia dúzia de parlamentares no Congresso”, disparou Danilo Cabral. “Eu tô cobrando de Marília porque ela é candidata a governadora. É por isso que falei de Marília, como falei de Miguel, como falo de Anderson. Quem solicitou precisa dar explicação”, reforçou o candidato de Lula.

Além de apontar o lado nocivo do Orçamento Secreto, com o desvio de recursos de programas sociais para atender interesses de parlamentares, Danilo explicou que essa prática, no Congresso Nacional, também está servindo de instrumento para cooptação de deputados para votar a favor de projetos de interesse do bolsonarismo. Para tanto, o ele  listou uma série de incoerências de Marília em relação a posições quanto à flexibilização do porte de armas, ao projeto de “fura-fila” da vacina da Covid-19 por parte de empresários e a renegociação da dívida do Fies, por exemplo.

“Esse recurso, além de ser usado para o varejo dos deputados, foi usado para formar base e cooptar parlamentares, muitas vezes, para votar a favor de propostas que nem sempre respondem aos interesses da população. Coincidência ou não, cabe a Marília explicar, ela mudou de posição ou deixou de ter posição em alguns temas centrais mais alinhados ao Centrão e ao bolsonarismo. Ela se ausentou da votação da flexibilização de armas, a principal pauta do bolsonarismo no Brasil. Coincidência ou não, Marília não participou. Ela se ausentou da votação do fura-fila da vacina. Coincidência ou não, Marília se ausentou. Teve a votação da renegociação do Fies. Coincidência ou não, Marília se ausentou”, enumerou Danilo.

Danilo lembrou que, diante da falta de dados, foi preciso uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), através da ministra Rosa Weber, obrigando que o orçamento secreto se tornasse “minimamente transparente”. “Sequer se sabia quem pediu e se sabia se foi liberado o recurso. Esse acesso a saber quem requisitou foi fruto de uma determinação do STF. Mas o mesmo sistema não permite saber o que foi ou não liberado. Ou seja, ainda não está transparente. Eu não sei se foi liberado”, completou Danilo.

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