Na primeira eleição presidencial direta após o fim da ditadura militar, um candidato calvo e com espessa barba negra se notabilizou ao aparecer diariamente na propaganda da TV com um discurso acelerado e invariavelmente encerrado com o bordão “meu nome é Enééééas!”.
Daqui a alguns meses, importantes concorrentes ao Palácio do Planalto podem reviver os apuros enfrentados por Enéas Carneiro (1938-2007) há quase 30 anos.
Disputando o segundo lugar nas pesquisas, Marina Silva (Rede) e Jair Bolsonaro (PSC) –que negocia ingresso no PEN– poderão bater uma espécie de recorde caso não consigam formalizar alianças.
Em 1989, Enéas tinha 15 segundos a cada bloco. Projeção da Folha para o tempo a ser distribuído entre os candidatos em 2018 mostra Marina com 12,8 segundos e Bolsonaro com 10 segundos em cada bloco –um à tarde e outro à noite, nas terças, quintas e sábados dos 37 dias que antecedem o 1º turno.
As inserções são consideradas mais importantes ainda pois pegam o eleitor “de surpresa”, incluindo aquele que se recusa a assistir o horário eleitoral. A regra de divisão é a mesma.
Marina e Bolsonaro terão direito a uma inserção de 30 segundos a cada dois dias.
A única saída para contornar essa situação é a coligação com outras legendas, que agregam tempo de TV.
As informações são de reportagem de Ranier Bragon na Folha de S.Paulo. (247)
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