O novo ministro da Cultura, Juca Ferreira, disse nesta segunda-feira 12, durante sua cerimônia de posse, que o problema da senadora Marta Suplicy “é com o PT e com a Dilma” e que, com suas declarações em entrevista à jornalista Eliane Cantanhêde, do Estadão, ela “quis atirar em Deus e acabou acertando no padre”, em referência a ele próprio.
“Ela quis atirar em Deus e acabou acertando no padre de uma paróquia. O problema dela é com o PT e com a Dilma, é com o desejo já de algum tempo de ser candidata. Está manifestando um mau humor”, afirmou o novo ministro. Durante a cerimônia, os petistas agiram em defesa de Juca e criticaram as afirmações de Marta (leia mais).
No fim de semana, Marta classificou como “muito ruim” a gestão de Juca Ferreira como ministro da Cultura durante o governo Lula. Ela também apresentou à Controladoria Geral da União (CGU) denúncias de irregularidades no uso de recursos do MinC pela Sociedade Amigos da Cinemateca (SAC) durante sua gestão.
Juca se defendeu: “Eu boto a mão no fogo pelas pessoas da Sociedade de Amigos da Cinemateca. Não fomos nós que estabelecemos uma parceria, vem desde os anos 1940. São pessoas da mais alta qualidade pública. O que a CGU encontrou são pequenos procedimentos e ela vai investigar e chegar à conclusão que não tem nada. Só tem uma coisa que precisa uma atenção maior, mas que não é do meu tempo”.
Juca reafirmou que o problema de Marta não é diretamente com ele, mas provoca ao dizer que foi mais aplaudido que sua antecessora. “Ela se voltou contra mim. Não estou na linha de tiro dela, não é comigo o conflito, é que fui mais aplaudido que ela em um evento de cultura. Paciência, eu não posso ser punido pela popularidade que tenho. Ninguém tem o direito de dizer que é claque. São pessoas que reconhecem a política que foi feita”.
Abaixo, reportagem da Agência Brasil sobre seu discurso de posse:
Juca Ferreira toma posse e pede mais recursos para a cultura
Paula Laboissière – O novo ministro da Cultura, Juca Ferreira, foi empossado hoje (12) no Teatro Funarte Plínio Marcos, em Brasília. Em seu discurso, assumiu compromissos como aprimorar o sistema de financiamento da cultura, modernizar a legislação de direitos autorais e buscar aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Cultura.
“Seria um grande passo conquistarmos essa aprovação”, disse Juca. A proposta prevê repasse anual (de receitas resultantes de impostos) de 2% do orçamento federal, de 1,5% do orçamento dos estados e de 1% do orçamento dos municípios para a cultura.
Sobre mudanças no atual sistema de financiamento da cultura, o novo ministro prometeu, para os próximos meses, um esforço conjunto com o Congresso Nacional para aprovação do Programa Nacional de Fomento e Incentivo à Cultura (ProCultura), previsto para substituir a Lei Rouanet.
“A cultura brasileira não pode ficar dependente dos departamentos de marketing das grandes corporações. Queremos mais investimento na cultura e esta também deve ser uma das responsabilidades sociais da iniciativa privada. Queremos que a conta seja paga com responsabilidades partilhadas.”
Ele afirmou, ainda, ter recebido com entusiasmo a sinalização da presidenta Dilma Rousseff, de que a educação será a grande prioridade do governo federal no novo mandato. Segundo ele, não existe educação democrática e libertadora sem o que a cultura pode oferecer.
O baiano Juca Ferreira estará à frente do ministério pela segunda vez. A primeira foi durante o governo Lula, em 2008, quando substituiu o músico Gilberto Gil, com quem trabalhou por mais de cinco anos como secretário-executivo. Em sua primeira passagem pela pasta, Juca colaborou na formulação dos Pontos de Cultura.
Após a cerimônia de transmissão de cargo, o novo ministro rebateu críticas feitas pela ex-ministra da Cultura Marta Suplicy em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. De acordo com a reportagem, a senadora entregou documento à Controladoria-Geral da União que aponta irregularidades na gestão de Juca em parcerias com uma entidade que presta serviços à Cinemateca Brasileira, em São Paulo. “Eu boto a mão no fogo pelas pessoas da Sociedade de Amigos da Cinemateca, que vêm desde a década de 40 [atuando]. Não fomos nós que estabelecemos uma parceria. São pessoas da mais alta qualidade pública do Brasil”, disse. “Me senti [agredido] com a irresponsabilidade como ela tratou uma pessoa honesta, com quase 50 anos de vida pública e que não tem um desvio sequer”, disse. “Cabe à CGU apurar”, completou.
Fonte: Brasil 247
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