Mercadante defende ajuste fiscal e diz que protestos são ‘direito do cidadão’

Por Ricardo Banana
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imgemO ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, deu entrevista coletiva no início da tarde desta segunda-feira (9), no Palácio do Planalto, em que defendeu as medidas de ajuste fiscal propostas pelo governo e comentou os protestos na noite de domingo contra a presidente Dilma Rousseff.

Em algumas cidades brasileiras, durante pronunciamento de Dilma em cadeia nacional de rádio e TV, pessoas se manifestaram com gritos, vaias, batendo em panelas e soando buzinas.

A presidente fez discurso por ocasião do Dia da Mulher. Em sua fala, ela admitiu dificuldades econômicas no país e pediu paciência aos brasileiros. As manifestações foram ouvidas em cidades como São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Goiânia.

Para Mercadante, o protesto é um “direito do cidadão”. Ele defendeu que haja uma cultura de tolerância no país.

“O protesto é um direito do cidadão. Discordar do governo, expressar opiniões. Reconhecemos plenamente o direito de manifestação, mas preocupa que acho que foi uma eleição bastante polarizada, que teve momentos de radicalização, e nós precisamos construir uma cultura de tolerância, diálogo, respeito. É isso que ajuda a construir uma agenda de convergência”, disse o ministro.

Ele ainda disse que é a eleição no país não tem três turnos e que é preciso reconhecer o resultado das urnas.

“A primeira regra do sistema democrático é reconhecer o resultado das urnas. No Brasil, só tem dois turnos, não tem três turnos. Na eleição, acaba quando alguém vence e nós vencemos”, afirmou o ministro. “Meus filhos e minhas netas, espero que elas só venham a conhecer golpe e retrocesso pelos livros de história, que eles possam viver a democracia”.

Ajuste fiscal

Ao defender as medidas de ajuste fiscal adotadas pelo governo, Mercadante comparou as propostas a ir ao dentista. “Ninguém quer ir, mas tem que ir.” O ministro-chefe da Casa Civil ressaltou ter tido encontos com parlamentares de partidos da base, como o PMDB e o PSD, para apresentar detalhes das medidas.

Sobre o governo federal ter um “plano B” para aprovar as propostas no Congresso Nacional, Mercadante afirmou que “80% do ajuste” é de responsabilidade do próprio governo.

“Plano b? 80% do ajuste é do governo, está sendo feito. Temos tido um diálogo muito construtivo com o Congresso e, do nosso ponto de vista, conseguiremos viabilizar a aprovação das medidas”, assegurou.

Conforme o ministro, o governo tem buscado o diálogo com as bancadas e, em sua avaliação, os argumentos do Executivo têm sido “muito bem recebidos” por deputados e senadores. Aloizio Mercadante disse ser próprio do parlamento querer negociar alguns pontos, mas, disse, acredita que haverá “parceria” entre o Planalto e o Congresso.

“Nós fomos muito exitosos no combate à crise desde 2009, tanto que o Brasil cresceu nesse período em torno de 17%. EUA, menos de 8%; Europa, -1%; e o Brasil foi uma economia exitosa. No entanto, esgotamos instrumentos que utilizamos […] Ajuste fiscal é agradável? Não. É que nem ir no dentista: ninguém quer, mas tem que ir. Quanto mais rápido, melhor para o país”, disse Mercadante. (G1)

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