O Ministério da Saúde dará início as avaliações sobre a inclusão do medicamento Ozempic, utilizado para o tratamento de pacientes com diabetes e obesidade, ao Sistema Único de Saúde (SUS). A análise será realizada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) ainda no primeiro semestre deste ano, tendo como prazo de conclusão 180 dias, prorrogável por mais 90 dias. A Comissão recebeu a solicitação no dia 16 de dezembro de 2024.
No Brasil, estima-se que três quartos dos adultos terão obesidade ou sobrepeso dentro de 20 anos, conforme alerta um estudo apresentado no Congresso Internacional sobre Obesidade (ICO) 2024. Além disso, a previsão é que 130 milhões de brasileiros viverão acima do peso. Segundo a Drª Carol Almeida, diretora médica do Núcleo GA Petrolina, atualmente não há políticas públicas específicas para o tratamento da obesidade, o que implica diretamente no Sistema Público de Saúde. “A implantação de um programa eficaz de tratamento à obesidade ao SUS, terá impacto não só na saúde da população, mas nos próprios cofres públicos, já que os gastos com as doenças decorrentes da obesidade certamente superam os gastos que serão utilizados para tratar a própria doença”.
O debate entrou em pauta após o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, prometer distribuir Ozempic na rede pública de saúde do município a partir de 2026. “O Rio vai ser uma cidade que não vai ter mais gordinho, todo mundo vai tomar Ozempic nas clínicas da família”, afirmou o prefeito em entrevista ao Jornal ‘Extra’. No próximo ano, é previsto que seja quebrada a patente da farmacêutica Novo Nordisk para o Ozempic, permitindo a produção de genéricos por laboratórios brasileiros.
Conquista
Embora a declaração do prefeito tenha se tornado chacota nas redes sociais, a Drª Carol Almeida ressalta que, para os médicos que lidam com a obesidade, uma possível decisão favorável pela distribuição do medicamento pode ser considerada uma vitória. “O custo para tratar uma única complicação decorrente da obesidade seria o suficiente para custear o fornecimento do Ozempic por meses, talvez anos. Então, é uma notícia muito feliz e já é mais um caminho para o início de políticas públicas de tratamento da obesidade”, finaliza.