Ministro da Justiça de um governo que tem por missão principal estancar a sangria da Lava Jato no que diz respeito ao PMDB e seus principais aliados, Torquato Jardim pretende executar seu papel.
Em entrevista à jornalista Camila Mattoso publicada nesta segunda-feira pela Folha de S. Paulo, ele confirmou a mudança no comando da Polícia Federal e disse que tentará anular as provas da JBS – que atingem diretamente Michel Temer e Aécio Neves – após a prisão de Joesley Batista.
“Terá consequências graves para a credibilidade do processo. Razoável presumir que depoimentos e provas fiquem sob suspeição de manipulação pelos agora presos. O MPF por certo será ainda mais cuidadoso e minucioso ao examinar os fatos e os documentos pertinentes”, afirmou.
“Não é possível, não seria razoável admitir, que esses dois delatores e outros mais tenham enganado tão bem tantos, tanto tempo. Agora foram pegos no tropeço. O triste, além de todas as consequências jurídicas para quem foi envolvido, é que a delação esteja sendo colocada em prática por pessoas que não se preparam para essa tarefa.”
Sobre a mudança na PF, ele tratou o tema como uma mudança de rotina. “Com a transição natural da vida. O delegado [Leandro] Daiello está há sete anos no posto, trabalho excepcional. Ele próprio já disse que quer deixar o posto, que quer tirar férias e se aposentar.” (247)
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