O ministro do Trabalho e Emprego, Brizola Neto, e o deputado federal e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira (PDT-SP) foram convocados ao Recife nesta segunda-feira (12) para tentar conter a sangria de prejuízos aberta por mais uma greve geral nas duas maiores obras em curso no Complexo de Suape. Mas, apesar dos esforços, até às 22h não tinham obtido êxito em mediar um acordo entre patrões e trabalhadores da Refinaria Abreu e Lima (Rnest) e a PetroquímicaSuape (PQS). Desde o dia 31 de outubro, 51 mil operários estão parados e, com eles, dois símbolos do desenvolvimento de Pernambuco.
Os trabalhadores cruzaram os braços cerca de dois meses após protagonizarem um violento movimento grevista que se estendeu por mais de 20 dias. A reivindicação agora é o cumprimento de um dos pontos acertados no acordo coletivo da categoria, firmado em agosto, que previa equiparação salarial entre os operários de mesma função em empresas diferentes. Isso aconteceria após um estudo contratado pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Construção de Estradas (Sintepav-PE).
O problema é que o cenário de diferenças salariais é mais grave que o previsto. O levantamento técnico apontou discrepâncias de até 47% em algumas funções. As negociações avançaram quando o Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon) e o Sintepav-PE concordaram em nivelar as remunerações não pelo teto, mas sim traçarem uma média entre os valores pagos e a adotarem como piso para cada uma das 32 funções nas obras. No melhor momento de diálogo, 13 novos pisos haviam sido firmados e 19 ainda estavam sob intenso debate.
A conversa “empacou” no abono dos dias parados. Os trabalhadores querem que todos os dias sejam abonados e os patrões, o oposto. O relógio marcava 20h40, quando, visivelmente cansado, o ministro Brizola Neto informou que o acordo “não estava perto, não”. Nesse momento, as conversas já atingiam quase cinco horas de duração. A mesma reunião havia sido realizada no último sábado, sem sucesso. Nesta segunda, os corredores da Superintendência Regional do Trabalho em Pernambuco (SRT-PE) estavam cheios de operários, enquanto que as salas do terceiro andar abrigavam diretores de todos os consórcios da Rnest e PQS.
Na tentativa de uma solução, o ministro conseguiu que o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) suspendesse o julgamento da ilegalidade ou não da greve. A apreciação legal deve acontecer nesta terça-feira, no final da manhã.
Fonte JC
Blog do Banana