General teria o papel de realizar interlocução com as Forças Armadas se Bolsonaro tentar o golpe diante da derrota quase certa nas urnas
Numa reportagem sobre os bastidores da nomeação do general Fernando Azevedo como diretor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a jornalista Carolina Brígido informa, no UOL, que trata-se de uma tentativa de neutralizar uma possível tentativa de golpe de Jair Bolsonaro com a quase certa derrota em 2022. Azevedo foi ministro da Defesa de Jair Bolsonaro de janeiro de 2019 a março de 2021 e foi demitido após negar-se a interferir politicamente nas Forças Armadas.
Segundo Brígido, “paira no tribunal o temor de tentativa de ruptura institucional caso o presidente Jair Bolsonaro saia derrotado das urnas. Como no Brasil a realidade política não obedece à lógica cartesiana, a vacina contra o golpe foi chamar um general”.
A ideia, segundo a jornalista, teria partido do ministro Alexandre de Moraes, que obteve o apoio de Edson Fachin. Ambos comandarão o processo eleitoral do ano que vem. A posse de Fachin na presidência do TSE está agendada para 24 de fevereiro. Ele passa o bastão para Moraes em agosto, quando as campanhas já estiverem nas ruas.
Segundo a análise de Brígido, “o fantasma do golpe não é gratuito. Não faz muito tempo que Bolsonaro disse que, se fosse derrotado nas eleições, só entregaria a faixa presidencial se o candidato eleito vencesse a disputa ‘de forma limpa’ (…) Os ministros veem a presença de Azevedo no TSE como uma espécie de vacina. Seria dele o papel de interlocutor entre o Judiciário e as Forças Armadas se houver tentativa de uma tentativa de ruptura institucional diante de eventual derrota de Bolsonaro”.
Brasil 247