Missa de sétimo dia de Dona Lucília Barros

Por Ricardo Banana
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Maria Lucila Barros de Sá, mãe, avó, bondosa, humilde, sensível conseguiu viver bem a sua jornada na terra e experimentar história ocorridas em dois séculos.

Ela nasceu em 20 de outubro de 1926, na cidade baiana de Curaça-Ba, quando sua mãe Judite, foi obrigada a se abrigar na Bahia, por causa de lampião que reinava e ameaçava a população de Santa Maria da Boa Vista.

Quando adulta, foi funcionária pública no antigo correios e telégrafos, juntamente com  o seu esposo José Leite e seus colegas de trabalho Valberto Brandão e Anisinho.

A minha mãe Lucila nunca foi política, apesar de conviver constantemente com a política na casa do seu pai Barrinhos, que foi prefeito por mais de três mandatos. Ele gostava mesmo era de organizar festas em famílias e abrigar de forma hospedeira músicos da banda filarmônica de Barro Vermelho nas festas da Padroeira.

Em parceria com Seu Xisto Graciliano e Querubino Ascêncio, fundou o “Por do Sol Clube” pensando em proporcionar laser e união para as famílias Boavistanas.

Viveu seu matrimônio dividindo tarefas do seu amado José Leite, que além do trabalho nos Correios, era empreendedor. Ela acreditava na educação como ferramenta principal para construção do futuro de seus filhos e netos.

De família de tradição católica e sobrinha de Monsenhor Angelo Sampaio (Padre Anginho), viveu a sua religião por toda vida. Rezava o terço todos os dias e pedia proteção divida para cada um dos seus filhos e netos, a Nossa Senhora da Conceição.

Com a doença de José leite de Sá, teve que mudar para Recife, e foi nessa mesma cidade que após a morte de seu Marido, continuou morando em Recife e ajudando na criação e na educação da grande maioria de seus netos.

Depois de todos formados, começou o caminho de volta para o Sertão, passando a maioria do ano, no casarão onde sempre viveu e criou seus filhos, ficando em Recife apenas no período de maior calor no Sertão, embora sempre voltava para a festa do levantamento da bandeira da padroeira, nossa senhora da conceição.

Nos últimos anos Dona Lucila adorava ficar perto da família em viagens e festa de aniversário, sempre cantando e tocando violão.

Sempre buscava saber tudo que estava acontecendo com cada um dos seus filhos e netos e vibrava muito com o desempenho deles no trabalho e estudo.

Dona Lucila odiava Hospital. Foi internada apenas uma vez na vida , quando teve que dormir em um hospital e Recife, por causa de uma virose.  Sempre falava que não queria morrer em UTI, longe da sua casa e dos seus familiares.

E Assim aconteceu… Após comemorar seus 96 anos no último dia 20 de outubro, quando recebeu e sua casa, todos os seus filhos, seus netos e bisnetos, dez dias depois , Dona Lucila deixou esse plano espiritual, da forma que imaginava sem sofrimento, sem internação em hospital e perto da família. Nos braços da sua filha Almira, ela respirou  fundo e  Partiu. Foi morar com Deus.

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