Monitor de Secas aponta redução da área com seca e da gravidade do fenômeno em Pernambuco em maio

Por Ricardo Banana
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A última atualização do Monitor de Secas aponta que em Pernambuco houve uma expansão da área sem seca no Sertão e diminuição da intensidade da seca no Sertão do São Francisco, passando de seca moderada para seca fraca. No Agreste houve diminuição da área de seca moderada e de seca fraca, surgindo uma região sem seca em sua porção oeste. Na Zona da Mata ocorreu a diminuição da intensidade da seca moderada para fraca na porção norte, assim como a passagem de seca fraca para ausência de seca tanto na porção sul quanto em toda faixa litorânea. Os impactos da seca são de longo prazo em todo o território pernambucano. Em Pernambuco as precipitações acumuladas de maio registraram valores entre 25mm, no Sertão, e 400 mm, no litoral, com grande variabilidade no território.

Com as chuvas de maio o Monitor de Secas registrou uma redução das áreas com seca em nove estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Tocantins. Depois de dois meses sem o fenômeno, o Espírito Santo voltou a ter áreas com seca fraca em maio. Outro estado a ter um aumento das áreas com seca foi Minas Gerais na comparação com abril. Em Sergipe as regiões com seca não tiveram variação. Já o Rio de Janeiro entra com o pé direito no Mapa do Monitor, pois em maio não houve o registro de seca no estado. No último mês, nenhum dos 13 estados está com 100% de seu território com seca, o que não acontece desde setembro de 2019.

Em sete estados houve a redução da gravidade das secas: Alagoas, Bahia, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Sergipe e Tocantins. Em Alagoas, Ceará e Rio Grande do Norte continuam existindo somente áreas com seca fraca. No Espírito Santo e Minas Gerais houve um aumento da severidade do fenômeno, mas de formas diferentes. Enquanto em território capixaba a seca voltou como fraca, em Minas houve um agravamento da situação especialmente no Triângulo Mineiro e região do Paranaíba, que registrou a única área com seca extrema no Mapa do Monitor de maio. Como é a primeira vez que o Rio de Janeiro consta do monitoramento, ainda não é possível comparar a situação do estado com meses anteriores.

Maio é o segundo mês do período chuvoso no leste do Nordeste, enquanto no Sudeste é o segundo mês do período seco. Já no centro e no oeste nordestino, além de Tocantins, começa a transição para a época de seca. De acordo com a climatologia de maio, os maiores volumes de precipitação, com valores acima de 250mm, ocorrem no norte do Maranhão e no litoral leste do Nordeste. Já os menores volumes precipitados, com valores inferiores a 50mm, são esperados no oeste da Bahia e de Pernambuco, no sudeste do Piauí e norte de Minas Gerais.

Em maio de 2020, chuvas superiores a 300mm aconteceram no norte-noroeste do Maranhão e do Piauí e em parte do litoral leste do Nordeste, além de pontos isolados no Tocantins. Já as menores precipitações, abaixo de 100mm, ocorreram nos estados da porção centro-sul do Monitor de Secas (Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro), além das porções sudeste do Piauí e centro-oeste da Bahia. Na maioria dos estados nordestinos, as precipitações de maio oscilaram entre 100 e 300mm, distribuídas de uma forma irregular, e os valores acumulados no mês ficaram em torno da média. A variabilidade das chuvas nos territórios monitorados em maio caracteriza a transição entre as estações chuvosa e seca em grande parte do Nordeste.

O Monitor de Secas tem uma presença cada vez mais nacional, abrangendo os nove estados do Nordeste, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Tocantins. A previsão é que Goiás seja o próximo estados a se juntar ao Monitor. Essa ferramenta realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores de seca e nos impactos causados pelo fenômeno em curto e/ou longo prazo. Os impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes nos últimos um a seis meses. Para secas acima de 12 meses, os impactos são de longo prazo.

O Monitor vem sendo utilizado para auxiliar a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessado tanto pelo site monitordesecas.ana.gov.br quanto pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos Android e iOS. Clique aqui para verificar a situação de abril de 2020 em todos os estados com o Monitor de Secas.

O Monitor de Secas

 O Monitor de Secas é coordenado pela Agência Nacional de Águas (ANA), com o apoio da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), e desenvolvido conjuntamente com diversas instituições estaduais e federais ligadas às áreas de clima e recursos hídricos, que atuam na autoria e validação dos mapas. Em Pernambuco, a Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC) é o órgão que atua no Monitor de Secas. Por meio da ferramenta é possível comparar a evolução das secas nos 13 estados a cada mês vencido.

O projeto tem como principal produto o Mapa do Monitor, construído mensalmente a partir da colaboração dos estados integrantes do projeto e de uma rede de instituições parceiras que assumem diferentes papéis na rotina de sua elaboração.

Em operação desde 2014, o Monitor de Secas iniciou suas atividades pelo Nordeste, historicamente a região mais afetada por esse tipo de fenômeno climático. No fim de 2018, com a metodologia já consolidada e entendendo que todas as regiões do País são afetadas em maior ou menor grau por secas, foi iniciada a expansão da ferramenta para incluir outras regiões. Em novembro de 2018, junho de 2019, janeiro de 2020 e junho de 2020 aconteceram respectivamente as entradas de Minas Gerais, Espírito Santo, Tocantins e Rio de Janeiro no Mapa do Monitor.

O Monitor de Secas foi concebido com base o no modelo de acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma de atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos indicadores de seca, traçado dos rascunhos do Mapa pela equipe de autoria, validação dos estados envolvidos e divulgação da versão final do Mapa do Monitor, que indica uma seca relativa – as categorias de seca em uma determinada área são estabelecidas em relação ao próprio histórico da região – ou a ausência do fenômeno.

Ascom ANA

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