Um ato público nesta quarta-feira (19) chama a atenção da população para as possíveis mudanças nos serviços de água e esgoto de Petrolina. A iniciativa do Sindicato dos Urbanitários de Pernambuco (Sindurb) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT) não concorda com a proposta do executivo municipal de municipalizar os serviços da Companhia. Fernando Neves, membro do Sindurb, alega que os serviços serão privatizados e que a população será prejudicada, principalmente a parte beneficiada com a tarifa social em Petrolina.
No entanto, o que se pôde perceber, durante o Programa Nossa Voz da manhã desta quarta-feira (19) foi uma mobilização contrária a este movimento. Em enquete, realizada durante a programação, 12 ouvintes se posicionaram a favor da municipalização e apenas um foi contra o Projeto de municipalização dos serviços da Compesa na cidade. Alguns chegaram a dizer que há uma motivação política na mobilização dos urbanitários.
Hugo Ferreira, morador da Rua 29 nº 221, São Gonçalo, foi um dos que se posicionou a favor que a Prefeitura assuma os serviços de água e esgoto no município. “A Compesa não faz nada que preste, os esgotos na cidade inteira vivem estourados”. A moradora do João de Deus, Maria das Graças, disse que já registrou várias vezes a queixa de esgoto estourado na Rua Antonio João Braz e a Compesa nunca deu jeito. “Não conseguíamos descer do ônibus ontem com tanta imundice. Sou a favor da municipalização, mesmo porque pago a tarifa social que este mês ainda veio com acréscimo. De que? De desserviço”, pontuou criticando que os impostos precisam ficar em Petrolina, tanto da Compesa quanto da Celpe. “Nós precisamos da prestação digna de serviços”.
Marcos André, da Rua 13, nº 137, Cosme e Damião, disse que tem vergonha de ser atendido pela Compesa. “Moro a menos de 20 km da beira do rio São Francisco e volta e meia não tenho água nem pra beber”. Marcos chegou a dizer que “o Ministro Fernando Bezerra Coelho quando era contra o Governo do Estado era também a favor da municipalização”. “Desde que o gestor municipal tenha a competência de administrar e não devolva os serviços ao Estado, porque ele naturalmente vai ficar mais caro, seremos a favor da municipalização”, chamou a atenção.
Paulo Cesar da Silva, morador da Rua Romã, nº 24, Bairro Rio Corrente se manifestou a favor da municipalização e afirmou que a mobilização dos urbanitários tem fins políticos. “Eu tenho um amigo envolvido nessa manifestação. No passado próximo tinha um político que cantava a municipalização da Compesa e hoje que está com o governador mudou de opinião. É uma vergonha estes políticos que levantavam a bandeira da municipalização e hoje são contra. A Compesa no nosso município é uma vergonha”, salientou.
Já Antonio Lima da Silva, morador do Loteamento Rio Jordão, nº 91, Bairro Rio Jordão, declarou ser contra a municipalização. “Sou contra e faço um questionamento: vai municipalizar ou privatizar?”, questionou.
Na sessão ordinária do dia 05 de setembro, deste ano, o líder do governo na Câmara de Vereadores Pérsio Antunes (PMDB) chegou a afirmar que o sindicato trata as questões da Compesa com pesos diferentes. “Porque esse mesmo sindicato não se posicionou em Recife, quando no dia 2 deste mês o Governo do Estado fez a PPP (Parceira Público Privada) da Compesa, que é a concessão para operar os sistemas de esgoto e água na região metropolitana para 14 cidades, e ainda a cidade de Goiana’, frisou.
E afirmou que os boatos de privatização são factoides políticos para tentar minar o projeto de municipalização do sistema de água e esgoto da cidade. “O projeto do Executivo é municipalização da Compesa, e após a municipalização pode fazer uma nova concessão com outra empresa. (A privatização) é mais um factoide que querem colocar na cabeça do povo de Petrolina”, afirmou.
Fonte: Grande rio FM
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