Empresas de TV por assinatura passaram a investir no setor de telefonia. Este, por sua vez, resolveu dar o troco, inserindo-se no mercado de canal fechado, e o negócio deu certo
As empresas de telefonia não param de expandir seus negócios. Começaram pelos telefones fixos, incluíram as linhas móveis e, depois, investiram na internet. Recentemente, decidiram apostar em outro segmento: o da televisão por assinatura. Hoje, praticamente todas as grandes operadoras possuem seu próprio canal fechado, com milhares de assinantes em todo o país. Parece que a estratégia tem dado certo.
Não é para menos, já que o setor de televisão por assinatura vem crescendo a passos largos. Segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), só no ano passado foram registradas 3,4 milhões de novas assinaturas, elevando para 16 milhões o número de domicílios que contam com o serviço. Em 2011, pouco mais de 12 milhões de residências contavam com o sistema de TV fechada.
De acordo com a gerente executiva da PayTV Survey (PTS), Cláudia Tornelli, as operadoras de telefonia resolveram investir no segmento porque haviam perdido espaço no mercado. “Há uns cinco ou seis anos, as concessionárias de TV por assinatura passaram a investir no setor de telefonia, prejudicando a participação das operadoras”, lembra. Fazendo o caminho inverso, as operadoras deram o troco e passaram a investir no segmento de TV fechada.
O resultado não poderia ser melhor. Nos últimos sete anos, o número de assinantes cresceu cerca de 400%, segundo a Anatel. Para Cláudia, isso se deve à expansão das operadoras no ramo. “Elas estão agindo agressivamente, firmando parcerias com outras empresas e se expandindo por todo o país”, diz. Outro fator que contribui é o preço do serviço ao consumidor, que se tornou mais acessível. “Por não ser a sua atividade principal, as operadoras de telefonia conseguem baratear os valores e aumentar o número de assinantes”, explica.
Para atender à crescente demanda, a maioria das empresas utiliza a tecnologia DTH, que transmite os sinais via satélite. “Com a extinção da Lei do Cabo, as operadoras puderam aproveitar também as suas próprias redes de fibra óptica”, informa o presidente executivo da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (Abta), Oscar Simões. As estratégias para alcançar essa expansão são muitas. “Algumas empresas firmam parcerias com distribuidores locais, que retransmitem o sinal o utilizam a sua marca. Outros se juntam com as concessionárias tradicionais de TV fechada”, explica.
Os serviços de TV a cabo das operadoras telefônicas caíram mesmo no gosto dos consumidores. De acordo com um levantamento da PTS, entre 2010 e 2011, a Claro TV (pertencente ao grupo NET/Embratel), cresceu 102% em números de assinantes. A OiTV e a VivoTV (esta última do grupo Telefônica) registraram 24% e 34%, respectivamente.
“Nossa operação inicial aconteceu em novembro de 2011. Naquela época, nós qualificamos nossa programação, inserindo os principais canais”, lembra o diretor de segmento da OiTV, Eduardo Aspesi. Segundo ele, antes disso a empresa já tinha sua TV por assinatura, mas o serviço não deu certo. “As pessoas compravam os pacotes, mas não pagavam. A partir de então, percebemos que precisávamos reformular nossa estratégia e a programação”, revela.
A OiTV firmou uma parceria com uma concessionária peruana, que capta o sinal dos canais. “Nós compartilhamos essa recepção e retransmitimos para uma antena nossa, localizada no Amazonas. A partir daí, distribuímos o sinal para todo o Brasil”, explica. Por conta do crescimento, a companhia reduziu o período de desconto para os assinantes. Quem aderir ao serviço vai pagar, durante três meses, a quantia de R$ 39,90. Depois, o valor sobe para R$ 69,90. Antes, o período era de seis meses.
Para o diretor executivo de TV por assinatura da Embratel (controladora da ClaroTV), Antônio Filho, o mercado ainda possui um grande potencial de crescimento. “A presença do serviço nos lares brasileiros é inferior a 30%. Nós acreditamos que ainda temos um longo caminho pela frente, e vamos investir mais para aprirmorarmos nossos serviços”, informa. Presente em todo o território nacional, a empresa cresceu 37% em 2012, segundo a Anatel.
Desde 2006, a Telefônica Vivo possui a VivoTV, que está presente no estado de São Paulo e nas cidades de Curitiba e Foz do Iguaçu (PR), Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS). “Ao todo, temos mais de 500 mil clientes, e temos planos de expandir o nosso serviço para os outros estados”, informa diretor de fibra óptica da Telefônica Vivo, Andre Kriger. A TIM é a única grande operadora que não tem o serviço de TV por assinatura. Por meio da assessoria de imprensa, a empresa informou que ainda não há planos para implantar o sistema no país.
Fonte: Agência Brasil
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