Em meio à indecisão e as especulações sobre a data de início do conclave que vai eleger o sucessor de Bento 16, o arcebispo de Chicago Francis George disse um pouco antes da quarta reunião preparatória para a eleição, realizada na manhã desta quarta-feira (6), que os cardeais ainda não estão prontos para votar no novo papa.
“É um problema de regras. Mas, mesmo se todos os cardeais eleitores estivessem em Roma, não iria entrar no conclave. Por uma razão muito simples: nós não estamos prontos”, afirmou o religioso em uma entrevista ao jornal italiano “La Stampa”.
Segundo ele, que lidera a lista de candidatos elegíveis, há ainda muitas questões para serem discutidas e muitas pessoas para atender. “É verdade que gostaríamos de estar nas nossas dioceses na Páscoa, mas estamos fazendo uma decisão histórica e temos que tomar todas as medidas necessárias a tempo.”
O tempo é mais que necessário, como aponta George, para que os religiosos que não vivem no Vaticano possa entender o que aconteceu nos bastidores do Estado-membro da Igreja Católica nos últimos tempos. “Eu não estou dizendo Vatileaks será decisivo, mas espero conhecer todos os aspectos relevantes do trabalho que fazemos.”
“Exigimos a informação necessária para uma boa escolha. O que deu errado, criando esta quebra de confiança no governo da Santa Sé? É uma preocupação e ainda não recebemos um relatório formal sobre a real situação”, acrescentou o religioso que afirma existir duas escolas de pensamento dentro do Colégio Cardinalício.
A primeira, de acordo com ele, argumenta que por causa dos problemas atuais da Cúria Romano é preciso se concentrar em um líder externo. Já a segunda defende a necessidade de um olhar para dentro da Santa Sé para que haja reforma interna. E o cardial americano se encaixa na primeira opção. “A América Latina tem uma igreja muito importante e terá um grande peso. “
O arcebispo de Chicago não revela os detalhes das discussões das três primeiras reuniões pré-conclave , mas adianta: “posso dizer que a lista de candidatos elegíveis está aumentando em vez de diminuir. Os nomes que se vê nos jornais fazem sentido, mas estamos falando também de candidatos que até agora não tinham sido citados.” (UOL)
Blog do Banana