“NÃO TEMO SER PRESO. NUNCA TIVE CONVERSA ILÍCITA”

Por Ricardo Banana
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imagemO ex-presidente Lula concedeu uma entrevista forte ao jornalista Kennedy Alencar, nesta quinta-feira (5). A conversa será exibida pelo telejornal SBT Brasil, que começa às 19h45. Lula falou sobre educação, combate à corrupção, economia e o cenário internacional.

“Eu não temo ser preso porque eu duvido que tenha alguem neste país, do pior inimigo meu ao melhor amigo meu, ou empresário, pequeno ou grande, que diga que um dia teve uma conversa comigo ilícita”, desafiou.

Ele disse ainda que foi um “erro” a presidente Dilma Rousseff ter congelado o preço da gasolina em 2012 e desonerado tanto no primeiro mandato.

A respeito da crítica de FHC de que teria sido “absorvido” pela política tradicional, Lula diz: “Ele sofre com o meu sucesso”.

Lula também afirmou que poderá ser candidato a presidente em 2018 (leia aqui).

Abaixo os principais trechos:

Saúde: “Estou bem. Fazendo últimos exames para saber se o câncer desapareceu definitivamente”

Eleição 2018: “O que importante é que a gente defenda um projeto político que incluiu milhões de brasileiros. Para defender este projeto eu posso ser candidato novamente. Se precisar defender o projeto que fez com os pobres fossem vistos eu posso ser candidato novamente”

Campanha: “Não houve estelionato eleitoral. A presidente Dilma foi vítima do sucesso do seu mandato. É importante lembrar que em dezembro tínhamos só 4,8% de desemprego no país. Mas depois da campanha, percebeu-se que estava entrando menos dinheiro do que estava saindo”.

Erros do governo: “Houve equívoco no governo, não aumentou o preço da gasolina em 2012. Fez isso para não aumentar a inflação, mas quando aumentou a gasolina de uma vez agora, pois subiu a inflação. Acho que foi um equívoco desonerar tanto. Não vejo propaganda na TV agradecendo tanta desoneração, só vejo propaganda contra a CPMF”

Saída da crise: “Precisamos retomar o crescimento: ou faz aumento de imposto, como a Dilma está propondo, ou uma política de crédito. Eu faria uma política de crédito”.

Mandato de Dilma: “A Dilma tem três anos de mandato. O que precisamos agora: o povo não pode continuar neste clima de incerteza e pessimismo, sem nenhuma necessidade. A percepção sobre ela é igual a de FHC em 1999. Falta três anos de mandato, tenho certeza que ela tem certeza do que vai fazer. Dilma tem que saber que a roda gigante da economia tem que voltar a girar. Tem que dar ao povo a certeza que esses meninos do Pronatec e das universidades terão um futuro”

Investigações da Lava Jato e Zelotes: “São coisas normais de um país democrático. É normal, resultado de 12 anos de governo, que permitiu que fossem criados todos os mecanismos de transparência e modernização das investigações. Houve mais liberdade para a PF, autonomia para o MP. Combater a corrupção é obrigação, não é mérito. O maior patrimônio que minha mãe deixou para mim foi andar de cabeça erguida. Nunca interferi em qualquer investigação, nem quando fui presidente, nem depois de ser”.

Não sabia da corrupção?: “Nunca fui alertado pela imprensa, nem pela PF, nem pelo MP. Fui o presidente que mais visitei a Petrobras. Nunca ninguém me diz. Isso se descobre quando a quadrilha cai ou quando alguém denuncia. Parece que as empresas tinham dois caixas: um beatificado e outro de propina.”

Uso do nome de Lula: “Fico imaginando quantas pessoas usam meu nome. Nem tudo que delator fala é verdade. Falam que meu filho é dono de tudo, todo dia desmentimos isso”.

Críticas de FHC: “Toda vez que ele tiver que falar de corrupção ele tem que lembrar da reeleição dele. O único mensalão criado foi o dele. Nenhum processo dele era investigado. Ele tem um problema comigo: um problema de soberba. Ele sofre com meu sucesso. Ele achou que eu não ia saber fazer nada. O meu governo se transformou numa coisa admirada por todo o mundo. Estamos vivendo um momento de uma acidez política muito grande.” (247)

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