No feirão de Temer, China leva quase tudo

Por Ricardo Banana
A+A-
Reset

Com o feirão de ativos e o entreguismo nacional de Michel Temer, os chineses mantiveram a liderança e avançaram mais um pouco neste ano no ranking de fusões e aquisições realizadas por estrangeiros no Brasil. Com investimento de US$ 10,68 bilhões, a China foi responsável por 35% desses negócios no país, ante 32% em 2016. No total, fusões e aquisições com capital externo somaram, até 11 de dezembro, US$ 30,47 bilhões, em comparação com US$ 36,59 bilhões em todo o ano passado, segundo levantamento da consultoria londrina Dealogic.

Mas por que os chineses, a despeito da crise brasileira, continuam a investir no país? O embaixador da China no Brasil, Li Jinzhang, disse que a decisão é “estratégica”, porque o Brasil é um país com “vasto mercado, sólido sistema financeiro e estabilidade política”. Segundo ele, a crise não preocupa, uma vez que a economia segue trajetória de recuperação gradual e, acredita, entrará em novo ciclo de prosperidade. Além disso, “é nos tempos ruins que conhecemos os bons amigos”, disse.

A China se tornou a maior fonte de investimento estrangeiro no Brasil, mas as apostas ainda estão concentradas em três setores: energia, mineração e agricultura. Governo e setor privado veem perspectiva de diversificação desses investimentos em 2018 e entrada dos chineses em outros projetos.

Até agora, com exceção de linhas de transmissão, os investimentos em infraestrutura têm sido basicamente em ativos já existentes, como CPFL, terminal de contêineres do porto de Paranaguá (PR) e o aeroporto do Galeão, no Rio. No início de janeiro, o governo de São Paulo deve definir a substituição do consórcio Odebrecht/Queiroz Galvão/UTC por outro que tem a japonesa Mitsui e os chineses na Linha 6-Laranja do metrô.

As informações são de reportagem de Mata Watanabe e Daniel Rittner no Valor. (247)

Related Posts