No mês do Setembro Amarelo, psicólogo do SESI Saúde alerta sobre a importância de cuidar da saúde mental de crianças e adolescentes

Por Ricardo Banana
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Diferentemente do que muitos podem pensar, o transtorno mental infantil é mais comum do que se imagina. Isso porque, de acordo com a UNIFEC, metade dos transtornos mentais são desenvolvidos antes dos 15 anos. Sintomas como tristeza, ansiedade, mudanças no humor, na alimentação e baixa autoestima podem ser indicativos de que algo não vai bem. Por isso, o mês do Setembro Amarelo, campanha que volta as atenções para a prevenção ao suicídio, também deve servir como um alerta para a saúde mental de crianças e jovens.

“Casos de tentativa de suicídio a partir dos 10 anos de idade cresceram bastante. São vários os fatores, inclusive genéticos, mas muitos acontecem por motivos como o bullying, porque crianças e adolescentes tentam se adequar aos padrões sociais ou por questões de adoecimentos psíquico, como ansiedade e depressão. Nesses últimos casos, se ignorados pela família, o jovem acaba não tendo acesso a ajuda de um especialista e pode vir a cometer alguma tentativa em momento extremo”, afirma o psicólogo da Clínica SESI Saúde, Ítalo Porto, complementando que cerca de 90% de tentativas de suicídio poderiam ser evitadas.

Além dos fatores genéticos, o psicólogo elenca alguns outros fatores que podem desenvolver transtornos mentais em crianças e adolescentes, como o acesso cada vez mais cedo ao consumo de álcool e às telas. “Os jovens acessam redes sociais e sites e acabam se relacionando com pessoas que estão na mesma situação e que, porventura, podem acabar ensinando como cometer suicídio, por exemplo. Além disso, é preciso estar atento a desenhos animados que se caracterizam como algo infantil, mas podem ser inapropriados”, aconselha.

Entre os sintomas que podem ser identificados, o psicólogo destaca mudança de humor, mudança na alimentação – seja para comer mais ou menos -, isolamento social, agressividade ou passividade ao extremo, perda de interesse por atividades que sempre foram prazerosas e afastamento emocional de pessoas próximas. “Mas o principal é o que a criança ou adolescente vem comunicando diretamente, a começar por um simples “estou triste porque meu colega não quis brincar comigo”. Nesses casos, se um adulto diz “isso é besteira”, ele está deslegitimando o sentimento da criança ou do adolescente, que se sente desamparado”, alerta.

Por isso, para cuidar do quadro de transtorno mental, o especialista sugere que a primeira coisa a ser feita seja se aproximar da criança ou do adolescente e não ignorar os sentimentos deles. “A primeira coisa é não deslegitimar o que o jovem está sentindo. E, identificando os sintomas, encaminhar para um profissional da área, como psicólogo ou psiquiatra, sem tentar medicar a criança sozinho”, adverte, complementando que exercícios físicos e atividades prazerosas que envolvam pessoas com quem elas possam trocar experiências reais também podem ajudar.

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