Um embate tranquilo, pautado da apresentação de propostas e alguns momentos de troca de acusações sobre contas irregulares. Em suma, assim transcorreu o Nossa Voz Debate na manhã destas sexta-feira (28) com os candidatos a prefeito de Lagoa Grande/PE – Rose Garziera (PR) e Robson Amorim (PSB). Apesar da ausência da militância em frente à Rádio Grande Rio FM – onde o evento foi sediado – os postulantes foram acompanhados por vários assessores. O acontecimento teve duração de 2h e foi retransmitido pela rádio Boa Vista FM.
No bloco de perguntas da reportagem, Robson Amorim falou sobre uma de suas plataformas de governo, a criação do Bolsa Estiagem para os que aguardam ser contemplados pelo Bolsa Família; e garantiu que dará continuidade ao projeto de pavimentação no município. Ele também assegurou que deixou, sim, obras estruturantes – como cerca de mil habitações e cerca de R$ 6,5 milhões empenhados para o saneamento de Lagoa Grande. Essa verba, inclusive, teve sua existência negada por Rose no decorrer do evento.
Já Rose Garziera assumiu as limitações no Hospital municipal e que, em questões de alta complexidade, não tem nenhum receio em enviar pacientes para Petrolina. O problema da fossa na unidade médica, para ela, não passou de um episódio “corriqueiro”. Ela também alegou que apesar das denúncias, está em dia com os salários dos funcionários – sendo o problema restrito ao Fundo Municipal de Saúde. A inadimplência de 2 meses, segundo a candidata, é devido a um déficit nas contas e à recente queda no repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
Questionada se o fomento ao enoturismo não estaria sendo revertido em empregos formais e a Vinhuva Fest não estar trazendo reais investimentos, Rose alegou que tudo o que a cidade tem até hoje é devido aos frutos dos esforços de seu marido e ex-prefeito do município, Jorge Garziera, e garantiu que há projeto aprovado no valor de R$ 6 milhões para alavancar a enocultura.Até então amistoso, o Nossa Voz Debate tornou-se acirrado no bloco de perguntas entre candidatos. Garziera questionou a recomendação à Câmara, por parte do TCE, a rejeição das contas do exercício de 2007 do então prefeito Robson. Entre elas, estaria o pagamento indevido de plantões médicos no valor de R$ 59 mil. Para Robson, uma inverdade da adversária. “O TCE não se pronunciou ainda sobre isso. Diferentemente da suas contas rejeitadas de 2009, em que a senhora contratou sem licitar, de maneira superfaturada, e foi multada em R$ 300 mil”, jogou de volta.
Rose treplicou alegando que o único problema com o TCE foi por exceder o número de funcionários e, posteriormente, falou sobre um suposto desvio de dinheiro da Câmara de Vereadores de Lagoa Grande quando o socialista era presidente da casa legislativa. Amorim declarou que sua situação é “sanável e que, dificilmente, um gestor chega ao fim de seu mandato sem condenação”.
Ela devolveu a acusação, declarando que Robson mente aos seus eleitores. “A decisão do TCE alega que a conduta não foi apenas de apropriação de R$ 1000,00, mas apropriar-se de patrimônio que deveria cuidar. Registrou-se também peculato na situação. O senhor, que fala tanto em ficha limpa, não é tão honesto quanto parece”, disse Rose. Robson alegou que tendo sido absolvido no Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco, está tranqüilo e chamou a campanha de sua concorrente de apelativa. Ele citou, ainda, que “fazer carreata e distribuição de combustível não é crime”.