Política

Novos quadros, velhos sobrenomes… O disco de vinil só vira o lado, mas o cantor é o mesmo

Sem títuloÉ comum em Pernambuco a gente conhecer de dez em dez anos os novos rostos do quadro que comporão as eleições do estado.

O que mais me chama a atenção é a continuidade familiar que se torna como que um legado para o estado.

Eduardo Campos, Mendonça Filho, Fernando Bezerra, João Lyra e tantos outros que vem de uma linhagem familiar politicamente articulada, são apenas alguns dos inúmeros exemplos que temos em Pernambuco.

Os exemplos de homens públicos que montam uma carreira política e a entregam ao filho como herança acompanham o Brasil desde os tempos coloniais. De geração em geração, eles vão garantindo sua permanência no poder.

As chamadas oligarquias (governo de poucos) espalhadas pelo país não são um privilégio brasileiro, mas um fenômeno típico de repúblicas em que o político é mais importante que a bandeira ideológica de seu partido.

Acredito que esse modo de agir de alguns políticos, tem travado a escolha democrática dentro das convenções partidárias, e quase sempre nomes bons, pessoas que tem a política como vocação, são rifadas e seus nomes postos de lado por causa da força de sobrenomes que trazem uma história política.

Quantos são os homens e mulheres pensantes que sonham em crescer politicamente no estado, mas, são atropelados pelos filhos dos políticos que vão envelhecendo, e que não querem deixar que o poder passe para outra pessoa, que não seja do seu clã familiar.

Vejo exemplos nítidos em todo estado e isso me faz refletir todos os dias, como essas velhas águias políticas sabem usar muito bem esse poder.

Às vezes o “garoto (a)” é péssimo em lidar com a grande massa, (até por que não tem culpa de ter nascido em um lar político) e por conta disso se torna arrogante,as vezes achando que é uma obrigação que todos se voltem pra ele(a) .Mesmo assim é obrigado a aprender a arte da política para satisfazer o desejo familiar, e para que se dê seqüência na genealogia política da família.

“Quando o voto é nominal, é mais fácil transferir o prestígio pelo sobrenome”.

Não acredito que o filho deve seguir a carreira política só porque os pais são políticos… Não acho errado quando o filho de um político admira o trabalho dos pais e quer seguir o caminho. Mas também não acho que todo filho de político tem que ser candidato. A gente vê muito filho de político fazendo grandes coisas sem precisar ser político. “Política é uma vocação.”

Em Petrolina, Recife, Caruaru, Garanhuns, Jaboatão dos Guararapes e em todo estado novos nomes com velhos sobrenomes , serão apresentados, no entanto é o mesmo disco de vinil que só está virando do lado A pro lado B, mas o cantor é o mesmo! E vamos seguindo, esperando que a roda gire e algo novo aconteça.

Cauby Fernandes- Estudante Universitário

Blog do Banana

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