Psicóloga explica a importância do ato natural de chorar
O choro é uma manifestação humana sobre algo. Ele pode ser uma maneira tangível de exprimir sentimentos, pode ser sintoma de algum distúrbio psicológico, ou mesmo exteriorização de uma dor física. O ato de chorar é enxergado de diversas maneiras em diferentes lugares do mundo. Na cultura ocidental, por exemplo, ele ainda é tido, de forma estigmatizada, como uma demonstração de fragilidade, de natureza feminina. Já em outros países do oriente, como Japão e China, é comum que tanto mulheres quanto homens chorem para demonstrar emoção. Chorar impacta diretamente na saúde mental das pessoas, e o dia 23 de abril, Dia do Choro, é uma data que promove o debater sobre isso.
O choro tem sido visto com vários significados ao longo do tempo, que influenciam a sua expressão ou inibição por parte das pessoas, a depender do contexto social no qual elas estão inseridas. Mas ele vem de uma necessidade natural de expressar-se no mundo. Segundo a psicóloga da Clínica-Escola da UNINASSAU Petrolina, Margareth Campos, a Psicologia enxerga o choro como um ato de comunicação interpessoal de um indivíduo para o meio que o envolve, e considera também os aspectos biopsicossociais que envolvem esse ato, a fim de compreender a mensagem que está tentando ser expressa.
Margareth explica que chorar pode trazer inúmeros benefícios. “De forma geral, o choro como expressão de um estado emocional – a exemplo de tristeza, alegria e raiva – vai promover a homeostase do organismo do indivíduo, ou seja, um reequilíbrio, uma vez que concede alívio, seja a nível psicológico ou fisiológico, ao estado de tensão e de estresse possivelmente impostos a ele naquele ou em outros momentos”, afirma.
A psicóloga da Instituição alerta que o choro só pode representar algo preocupante quando se torna excessivo, ou seja, quando o indivíduo fica bastante emotivo e choroso sem um real motivo que o justifique. “Chorar com muita frequência pode caracterizar algum tipo de desequilíbrio tanto psicológico, como somente na condução das próprias emoções. E tão preocupante quanto o choro em demasia, é tentar segurar ou simplesmente não conseguir chorar, pois choro reprimido, a longo prazo, pode desencadear doenças psicossomáticas, ou seja, emocionais. Em ambos, os casos, vale a pena consultar um profissional para fazer uma análise da saúde mental”, orienta Margareth Campos.