Pelo Jornalista e comentarista político Robério Sá
O Senador Fernando Bezerra Coelho (PMDB) concedeu uma entrevista exclusiva ao renomado Jornalista Inaldo Sampaio, chamando a atenção deste comentarista político para, pelo menos, três aspectos da sua fala.
Primeiro, “sou candidato ao Governo de Pernambuco”. Ele confirma que será candidato, subentendido que será o nome do grupo da oposição. O bloco é formado pelo Senador Armando Armando Monteiro, Ministro Mendonça Filho (DEM), Ex-ministro Bruno Araújo (PSDB), entre outras lideranças, que estão dialogando e já apoiam a candidatura de Fernando Bezerra Coelho. O motivo é mais que obvio: Fernando não tem nada a perder em 2018 se lançando candidato ao Palácio do Campo das Princesas. Cravou a maioria nos bastidores!
A entrevista do senador peemedebista revela outro aspecto da sua postura política, alguns lhe chamam de “traidor”, “sem personalidade”, “sem escrúpulo”, entre outros adjetivos, que, particularmente, acredito que o vice-governador Raul Henry e o deputado federal Jarbas Vasconcelos saibam elencar melhor.
No entanto, acredito que o senador tem personalidade. Primeiro, que para querer se tornar vice-líder do Governo de Michel Temer no Senado – tendo este 95% de rejeição popular – não é pra qualquer político. Segundo, ainda, nesta ótica, Bezerra mostra ter o que é essencial para uma corrida estadual: a coragem de assumir uma administração que envergonha o povo com os níveis de violência, mas acima de tudo com a “Operação Torrentes”, envolvendo membros da Casa Militar e da renomada corte da Polícia Militar – instituição vinculada ao Governo do Estado.
Em outros tempos, muitos não iriam querer assumir esse trono. O Estado precisa ser governado. Tem salário, força política e muita coisa envolvida nos bastidores do poder – espero ter conhecimento mais aprofundado em breve. Então, vale a pena disputar 2018 e vale a pena tentar se reeleger.
A segunda opção é a do Governador Paulo Câmara mas, resumindo, Fernando Bezerra tem coragem e já provou para o eleitorado ao rachar com a Frente Popular e tomar o PMDB das mãos dos caciques históricos da política estadual. Se ele foi correto ou não deixo para Jarbas, Henry e outros avaliarem, mas, ao certo, sei que ele tem coragem.
O último item, dos três que afirmo elencar aqui, trata-se da estratégia, do jogo de xadrez político que o ex-governador Eduardo Campos sabia fazer, mas não ensinou ao Governador Paulo Câmara (PSB). Talvez, o Jornalista Magno Martins e outros grandes analistas da política pudessem passar para Paulo Câmara – não sei se ele já solicitou esse auxílio mas, ainda, está em tempo! Até mesmo Marília Arraes está jogando melhor que Paulo Câmara no aquecimento para as eleições, contudo, voltemos a Fernando Bezerra Coelho.
O Senador aprendeu com Eduardo Campos e Miguel Arraes a entender o movimento das peças no campo político, quando deixou a frente “Popular de Pernambuco” e traçou uma estratégia para derrubar o reinado da família “Campos”, de modo a chegar até o Palácio do Campo das Princesas. A estratégia inicial seria desequilibrar a parte histórica e experiente da política, constituída por Jarbas Vasconcelos e de complemento o vice-governador, Raul Henry. Na minha opinião, o segundo não acrescenta tanto assim na corrida política, mas é um nome que respeito. Depois dessa jogada, a próxima é até dezembro visitar todos os municípios de Pernambuco, conversando com lideranças e usando a máquina pública federal para cooptar aliados e engrenar a candidatura até o Palácio do Campo das Princesas.
Se alguns acham Fernando Bezerra um traidor e um golpista, lhe chamaria de aluno de Eduardo Campos e Miguel Arraes, pronto pra assumir o posto de novo instrutor da cúpula palaciana.
Até a próxima!