Várias regiões do País devem bater recorde de temperatura nesta semana, com termômetros chegando a 40ºC
As mudanças climáticas têm levado muitos brasileiros a conviver com temperaturas extremas e, nesta semana, os termômetros devem chegar a 40ºC em várias regiões do País. Com o calor, vem a moleza, a baixa disposição e, em alguns casos, dores de cabeça, sintomas associados a quadros de pressão baixa e desidratação.
O calor extremo também leva a um risco maior de acidentes cardíacos, como enfartes, e vasculares, como AVCs. Quem tem problemas respiratórios, pode sentir um agravamento, especialmente se a umidade do ar estiver muito baixa.
Por isso, é importante cuidar da saúde, tentar manter a temperatura corporal equilibrada e beber bastante água, alertam especialistas.
Calor extremo exige atenção redobrada quanto à hidratação.
De acordo com médicos escutados pelo Estadão, alguns grupos merecem atenção especial:
Idosos;
Cardíacos;
Pessoas com problemas de circulação sanguínea;
Diabéticos;
Pessoas com problemas respiratórios;
Crianças.
Mas, mesmo quem não pertence a esses grupos deve se atentar contra a desidratação. “Qualquer pessoa, mesmo sem comorbidades, pode ter desidratação em temperaturas extremas como estas, beirando os 40ºC”, afirma José Eduardo Dottoviano, médico clínico geral e cardiologista da Clínica da Cidade.
O que acontece com o nosso corpo quando está muito quente?
O corpo humano tem uma temperatura ideal para realizar suas atividades diárias e é sensível ao calor ou frio que vem de fora. Por isso, quando está muito quente, ele age de maneira a tentar regular nossa temperatura interna.
“Ao receber o estímulo do calor, o corpo promove uma vasodilatação (dilatação das artérias), na tentativa de dissipar o calor. Com isso, vai mais sangue para a pele e a gente transpira”, diz Paulo Camiz, clínico geral e geriatra do Hospital das Clínicas de São Paulo e professor da USP. “O suor é uma forma de tentar equilibrar a temperatura corporal.”
De acordo com o médico, com o aumento dos vasos sanguíneos, há maior espaço para circulação do sangue. Se não adicionamos mais água ao organismo, a quantidade de sangue por espaço arterial diminui, fazendo com que a nossa pressão baixe, podendo chegar a um quadro de desidratação.
“A pessoa fica indisposta e isso tem implicações principalmente para o coração, porque a forma de o coração compensar essa desidratação ou essa baixa de volume na circulação é aumentando a frequência cardíaca. Ele tenta mandar mais sangue para o corpo, aumentando a frequência cardíaca”, afirma o médico.
É por isso que pessoas que têm problemas cardíacos e de circulação sanguínea têm maior dificuldade em compensar a falta de água no organismo. Assim como os que têm problemas respiratórios. Estudos mostram que uma boa respiração impacta nos batimentos cardíacos, na pressão arterial e no bom funcionamento celular em geral.
Diabéticos de longa data também têm dificuldades em regular a pressão arterial, segundo Camiz.