Na ultima semana o ex-deputado Osvaldo Coelho enviou carta ao então ministro da Fazenda, Joaquim Levy reivindicando a renegociação de operações de créditos contratadas ao Amparo de recursos dos Fundos Constitucionais de Financiamentos do Centro-Oeste (FCO), Nordeste(FNE) e Norte(FNO).
Osvaldo Coelho fala sobre a injusta taxa de juros de 8,7% que é cobrada aos nativos para a renegociação de suas dívidas junto ao banco BNB em comparação aos juros de 2% que o BNB cobrou da FIAT ( uma empresa multinacional) que se instalou em Pernambuco e após realização do contato elaborou maiores juros para os nativos.
Segundo o ex-deputado a taxa de 8,7% de juros cobrada ao semiárido é a maior existente no país nesse momento, maior que as do BNDES, do banco do Brasil, do Fundo Constitucional do Centro-oeste que é de 6%.
“ queremos que saiba que nos últimos quatro anos, nas porteiras das fazendas nada saiu produtivo. Só entraram os salários dos trabalhadores, ração para o gado, remédios e sofrimentos. O governo tem que cuidar dos patrícios, da parte pobre desta nação. Estamos nos referindo as débitos acumulados da agropecuária e agroindústria”, relatou o deputado.
O parlamentar comenta na carta que os devedores do BNB tem a vontade de pagar suas dívidas, até mesmo desmobilizando imóveis, no entanto, o mercado afastou os compradores e o banco desconsidera a atual situação econômica que esse agricultor passa, cobrando juros exorbitantes. “ Estou cumprindo meu dever. Que o Governo cumpra o seu. É preciso que o BNB tenha bom senso para negociar com os devedores”, concluiu Osvaldo Coelho.
Leia na íntegra a carta:
Petrolina, 03 de junho de 2015.
Ao Excelentíssimo Senhor Ministro
Joaquim Levy
Assunto: Autorizar a renegociação de Operações de Créditos contratadas ao Amparo de Recursos dos Fundos Constitucionais de Financiamentos do Centro-Oeste ( FCO), Nordeste ( FNE) E Norte ( FNO).
Excelentíssimo Senhor,
Para nós do Semiárido é muito inadequada, descabida a decisão do Governo em considerar como grande proprietário o ousado empresário que insiste em acreditar na viabilidade econômica desta região, sem que haja a análise das desigualdades tão presentes entre as regiões do nosso País.
Será que o Governo tem consciência do atraso que submete à fraqueza do Semiárido? Sabe também que nos Estados Unidos, o deserto de Sonora foi irrigado, tornou-se rico, bem como a Califórnia, o Arizona, o Sudoeste do México?
Que o semiárido da Argentina, do Peru e do Chile foram bem cuidados e tornaram-se ricos. Que no Brasil, o semiárido ocupa 1.133 municípios, cuja precipitação pluviométrica é muito baixa e irregular.
Será que o Governo ignora que deve ter ‘mil olhos’ para saber as desigualdades crônicas e enormes do País?
Será que o Governo sabe que o BNB cobrou da FIAT (uma empresa multinacional) que se instalou em Pernambuco, juros de 2% e após a realização do contrato elaborou maiores juros para os nativos?
O governo sabe que o BNDES para investimento no Paraguai, cobrou juros de 2.8% ao ano? (Estado de São Paulo 04/05/15)
Que o Brasil não é igualzinho. Que o Governo não se acha injusto, atribuindo os mesmos juros e os mesmos prazos, como se todos fôssemos à opulência.
O próprio Governo reconhece que a seca penaliza os pequenos produtores, mas não tem nenhuma sensibilidade para com os grandes igualmente atingidos. A seca é homogênea e absoluta, não distingue grandes ou pequenos afeta a economia inteira do Semiárido.
E pior: que cobra das chamadas grandes empresas as quais não passam de sofredores, 8,7%, a maior taxa na época existente no País. Maior do que os do BNDES, do Banco do Brasil, do Fundo Constitucional do Centro-oeste que era de 6% e; no semiárido, 8,7%.
Até quando, Excelentíssimo Senhor, tamanha atitude ignorante dos Governantes de Brasília continuará impondo arbitrária prática?
A sociedade brasileira está cansada de tanta indiferença da realidade. Não se trata igualmente os desiguais.
Não queremos perdão das dívidas, queremos rebates que o Governo sabe fazer. Queremos pagar!
Queremos que saiba que nos últimos quatros anos, nas porteiras das fazendas nada saiu produtivo. Só entraram os salários dos trabalhadores, ração para o gado, remédios e sofrimentos.
No Brasil, o analfabetismo no Sudeste é de 5%, no Nordeste, 19%, no Semiárido passa de 30%.
O Governo tem de cuidar dos Patrícios, da parte pobre desta Nação.
Estamos nos referindo aos débitos acumulados da agropecuária e agroindústria.
Recentemente, um Presidente do BNB anunciou que os débitos eram impagáveis e incobráveis. Se o Governo não entender as desigualdades enormes e crônicas deste País, a parte pobre chegará à desgraça! Antes, os infortúnios já se encontravam devido ao clima e os desacertos do Governo da União.
Os devedores do BNB querem pagar as dívidas. Até mesmo desmobilizando imóveis, porém o mercado afastou os compradores.
Estou cumprindo o meu dever. Que o Governo cumpra o seu.
É preciso que o BNB tenha bom senso para negociar com os devedores.
Estou apostando no sucesso da missão que lhe foi confiada, Excelentíssimo Senhor Ministro. Ouse sempre! A Pátria vai lhe agradecer.
Cordialmente,
Ex- deputado Federal Osvaldo Coelho
Democratas – PE
(9° mandato parlamentar)
Ascom/OC
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