O senador Otto Alencar (PSD-BA), estudioso da bacia do rio São Francisco, em seu discurso no senado federal nesta terça-feira (26), fez um alerta sobre a gravidade do soterramento do canal principal do rio, entupido por 23 milhões de toneladas de sedimentos recebidas por ano.
Otto Alencar ressaltou ainda que o assoreamento de todos os níveis do rio da Integração Nacional faz com que as empresas ao longo do rio da área industrial parem de funcionar por falta de abastecimento de água para o consumo industrial, e segundo o senador não há nem uma ação do governo Temer para resolver o problema.
“Acredito que privatização da Eletrobrás e dos ativos da Chesf não vão dá para recuperar o Velho Chico, mas preocupado com isso, vou votar contra a privatização, sou contra a privatização das nossas hidroelétricas, acho que o governo deveria investir para ampliar e melhorar sobre tudo a produção de água porque não há hidroelétrica que funcione sem a água para mover as suas turbinas e o rio São Francisco perdeu completamente essa capacidade, o crime contra o rio ao longo de sua história é culpa de todos os governos federais”, enumerou o senador Otto Alencar durante discurso no Plenário.
A Agência Nacional de Águas informou que, atualmente, há 1.524 outorgas concedidas para captações diretamente no Rio São Francisco, número que aumenta para 2.551 outorgas considerando os reservatórios de usinas hidrelétricas construídas na bacia. Revelou que ainda existem no órgão 83 pedidos de outorgas em análise e outros 168 não autorizados por diversos motivos.
A ANA nega que haja excesso de outorgas para captações no rio. “O problema para captação da água no São Francisco continua sendo de nível, decorrente da diminuição da vazão. O que pode ocorrer é que, considerando a atual crise hídrica, alguns usuários outorgados podem necessitar promover ajustes em seus pontos de captação para chegar até onde a água está no momento (ajustes como mover as bombas de captação ou adotar, por exemplo, bombas flutuantes)”, argumenta a agência.
As águas da Bacia do Rio São Francisco são formadas basicamente em Minas Gerais (75%) e na Bahia (25%). Só que a maioria dos afluentes do Velho Chico nesses dois estados parou de correr ou está com volume muito reduzido.
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