Ocupando o segundo lugar entre os mais diagnosticados nas mulheres, o câncer de mama também figura entre os mais incidentes na região. No último ano de 2016, o Centro de Oncologia/Apami atendeu aproximadamente 7 mil pessoas com a doença, destes, 175 foram novos diagnósticos. Até agosto deste ano foram diagnosticados 120 novos casos da doença.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA) em valores absolutos, o câncer de mama responde por cerca de 25% dos casos novos a cada ano. A doença é relativamente rara antes dos 35 anos, acima desta idade sua incidência cresce progressivamente, especialmente após os 50 anos.
Acompanhe o que diz o médico mastologista da Centro de Oncologia/Apami Jomário Macedo sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama.
Quais são os fatores de risco para o câncer de mama?
Dr. Jomário – Primeira menstruação antes dos 10 anos de idade, menopausa após os 55 anos, não gestar, não amamentar, uso de terapia de reposição hormonal de forma desordenada na menopausa, histórico familiar de câncer de mama em parentes de primeiro grau e etilismo são os principais fatores de risco.
Qual a principal forma de diagnóstico do câncer de mama?
Dr. Jomário – A mamografia é o exame inicial de rastreamento da doença, que deverá ser realizado anualmente a partir dos 40 anos, conforme preconizado pela Sociedade Brasileira de Mastologia e pelo Colégio Americano de Radiologia. A partir desta, os casos suspeitos podem necessitar de outros exames de imagem e até mesmo de biópsia. O autoexame é uma medida acessória que ajuda no sentido da mulher conhecer melhor o seu próprio corpo.
O autoexame deve ser feito a partir de quantos anos?
Dr. Jomário – Toda mulher deve realizar o autoexame, assim conhecerá suas mamas e poderá identificar possíveis alterações mais precocemente.
O câncer de mama é mais comum a partir de quantos anos?
Dr. Jomário – A doença é mais comum conforme avança a idade, sendo mais encontrada nas mulheres em pós-menopausa; com a maior evidência em relação a doença, mas é importante ressaltar que o diagnóstico em mulheres jovens vem crescendo.
A mulher só deve procurar o mastologista se tiver alguma queixa? Quando ela deve procurar acompanhamento especializado?
Dr. Jomário – Todas as mulheres que tiverem queixas, independente da idade devem procurar o especialista da mama, que é o mastologista. A partir dos 35-40 anos, essa consulta deverá ser anual, mesmo que não haja queixas.
Mesmo em casos em que a mulher tenha um parente que teve o câncer de mama, é possível evitar o câncer de mama?
Dr. Jomário – Ao contrário do que se imagina, a grande maioria dos casos de câncer de mama não tem a hereditariedade envolvida. Apenas 15% dos casos estão relacionados às mutações geneticamente transmissíveis, como a do gene BRCA. Para esses casos, algumas medidas comportamentais (dieta saudável e prática de esportes) e também a cirurgia redutora de risco ajudam a diminuir o risco de desenvolver a doença.
A prática de atividade física contribui para a prevenção do câncer? Como?
Dr. Jomário – Sim, contribui com a manutenção do peso, mantendo o IMC em nível adequado, diminui níveis de gordura corporal, os níveis de hormônios circulantes e IGF-1 além de aumentar a resposta imune.
Uma mulher diagnosticada com câncer de mama pode praticar alguma atividade física? Em que condições?
Dr. Jomário – Pode e deve. Idealmente todas as pessoas devem praticar pelo menos 30 minutos de atividade física de 5 a 7 dias por semana.
Qual a importância da prática regular da atividade física para a saúde da mulher, no aspecto geral?
Dr. Jomário – A prática de exercícios ajuda na manutenção da saúde de ossos, articulações e músculos; ajuda no controle do peso; reduz o risco de hipertensão, queixas cardíacas e diabetes, promove o bem estar psicológico e diminui o risco de câncer em geral.
ascom
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