A escassez da semaglutida, substância conhecida popularmente como “Ozempic”, que trata pacientes de diabetes tipo 2 e pacientes portadores de obesidade (auxiliando na perda de peso), tem preocupado médicos e consumidores. Isso porque o medicamento está em curta oferta nas farmácias e o reabastecimento só deve acontecer durante o segundo semestre deste ano, segundo o fabricante. A dra. Carolina Almeida, referência em emagrecimento e diretora médica do Núcleo GA Petrolina relatou que a situação tem gerado angústia nos pacientes e alertou para o uso indiscriminado do produto.
“Todos os médicos que trabalham com o tratamento da diabetes ou da obesidade estão bastante preocupados com a nota emitida pelo fabricante da semaglutida subcutânea, popularmente conhecida como Ozempic, informando da falta dessa medicação no mercado por questões de matéria prima. O consumo acima do esperado devido à validação da medicação como aliada no tratamento da obesidade, que não necessita de receita médica para a compra foi determinante para essa escassez do produto que vem sendo comprado por muitos sem orientação e recomendação médica”, relatou a médica.
Segundo conta a dra. Carolina, há alguns meses, a equipe do grupo GA já demonstrava preocupação com a venda indiscriminada do medicamento, o que além dos riscos para quem usa sem acompanhamento médico, culminou com a falta da substância. Em busca de uma solução para o caso, o deputado federal Eduardo Bismark (PDT) foi acionado e protocolou uma solicitação à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), a fim de que a medicação seja vendida somente com receituário médico tipo C1, uma receita especial, que deve ser retida pela farmácia. Isso não só para evitar a falta da medicação, mas para preservar a saúde da população. Ela também alerta para o risco que a aplicação do medicamento sem orientação médica apresenta.
“O uso da semaglutida sem orientação médica implica em riscos como qualquer medicamento. Ainda que a Ozempic seja uma medicação muito segura, tem efeitos adversos como náuseas, vômitos, e alguns pacientes peculiares também não podem fazer uso da substância. E, para quem está usando para emagrecer, a dose tem que ser adequada, ajustada ao objetivo, ao biotipo. Então, quem está comprando sem a receita médica pode estar gastando seu dinheiro à toa, uma vez que pode não obter o resultado, pode sofrer efeitos adversos e, além disso, dificultar o acesso à medicação para quem realmente precisa”, alertou a especialista em emagrecimento.
“Atualmente disponível no Brasil, a semaglutida subcutânea é o meio mais eficaz para a perda de peso, assim como demonstra um controle valioso da diabetes. Porém, não vale a pena utilizá-lo sem orientação médica, a receita é extremamente necessária. O uso do Ozempic é realmente benéfico quando utilizado com segurança”, completou a dra. Carolina Almeida.