Economia

Para cada dólar exportado, Brasil gera US$ 43 à indústria dos EUA, diz setor do café

Vice-presidente Alckmin afirma que Executivo aposta em diálogo com americanos para tentar reverter a decisão até o dia 31. Empresários pressionam por mais prazo.

“Para cada dólar exportado pelo Brasil, gera 43 dólares na indústria americana”, afirmou nesta terça-feira (15) o presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Márcio Ferreira, após reunião com o governo federal.

A fala ocorreu após reunião do agronegócio com o governo para evitar a entrada em vigor das tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros.

“É extremamente inflacionário para a população americana. Café não é produzido nos EUA, então não concorre contra o agro americano”, completou Ferreira.

O governo brasileiro não pretende pedir o adiamento da medida, cuja entrada em vigor está prevista para 1º de agosto.

A estratégia do Planalto será negociar diretamente com representantes do governo norte-americano e com o setor privado dos EUA, sem solicitar a extensão do prazo.

“A ideia do governo não é pedir que o prazo seja estendido, mas sim procurar resolver até o dia 31. O governo vai trabalhar para resolver nos próximos dias”, afirmou o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin.

Reuniões com setores afetados

Nesta terça, o governo promoveu duas reuniões com representantes de setores diretamente afetados pelas tarifas — indústria pela manhã e agronegócio à tarde.

Participaram ministros e secretários de várias pastas, como Agricultura, Relações Exteriores, Casa Civil, Portos, Comunicação Social e Relações Institucionais. Alckmin destacou que, além do café, setores de produtos perecíveis também foram apontados como sensíveis e urgentes.

“É um segmento delicado. Inclusive, a produção embarcada é uma questão importante e urgente”, disse o vice-presidente.

Pressão empresarial

Empresários pediram que o governo acione a Lei de Reciprocidade apenas após uma tentativa concreta de negociação com os Estados Unidos. Segundo apuração do g1, a estratégia do Planalto é usar a pressão interna nos EUA — como a manifestação da Câmara de Comércio Americana, que se posicionou contra as tarifas — para tentar reverter a decisão.

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