Qualquer leitor que estiver vendo as fotos achará imediatamente duas irregularidades. No Parque de Exposição Gabriel Soares, em Santa Cruz da Venerada, local que como o próprio nome diz, deveria servir para sediar eventos, está sendo utilizado como depósito para as “famosas” cisternas de polietileno que começaram a ser instaladas em diversos municípios como forma de amenizar os efeitos causados pela grande estiagem que atinge atualmente a região.
A iniciativa faz parte do programa Água para Todos, com a Instalação de Cisternas Individuais em Municípios sob a Jurisdição da 3ª Superintendência da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), que por sua vez é vinculada ao Ministério da Integração Nacional, onde está à frente o ministro Fernando Bezerra Coelho. Com um montante superior a mais de R$ 1 milhão, somente em santa Cruz, os reservatórios que tanto causaram polêmica, pois estavam ficando deformados devido ao alto calor a que estão submetidos, estão agora amontoados e a agilidade vista na implantação, durante a campanha eleitoral, já não é mais observada.
De acordo com informações da Codevasf, as cisternas possuem capacidade para armazenar até 16 mil litros de água e devem servir a famílias das áreas rurais em situação de pobreza extrema, ligadas a escassez de água. O grande contraste é que enquanto acontece uma das piores secas da história, o armazenamento deste recurso natural tão essencial à vida humana, não está acontecendo como programado. Primeiro porque os reservatórios parecem não estar chegando ao seu destino previamente definido e não sendo o bastante, os que já foram instalados, não estão suportando o calor do solo pernambucano e ficaram deformadas. Muitas das “cisternas sonrisal”, como foram apelidadas, estão inutilizadas.
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