Economia

Passagens aéreas têm alta de até 80%

imageA disparada do dólar já comprometeu os planos dos brasileiros que desejavam passar as festas de fim de ano no exterior. Levantamento feito pelo Correio/Diario aponta que o preço das passagens aéreas para os Estados Unidos e Europa aumentaram até 80%, em comparação com a última pesquisa realizada pela reportagem há 16 dias. Com a valorização da moeda norte-americana frente ao real, o consumidor tem optado por fechar pacotes para conhecer destinos turísticos no Brasil. Mas mesmo os bilhetes locais estão com o custo maior porque o valor do querosene de aviação acompanha as oscilações da divisa.

Uma viagem de ida e volta de Brasília para Londres no Natal, cotada pelo menor preço e com as taxas incluídas, passou de R$ 2.160,60 para R$ 3.903,44, variação de 80%. No mesmo período, ir à capital do Rio Grande do Norte ficou 20% mais caro. O valor do bilhete passou de R$ 1.218 para R$ 1.458. Com o dinheiro que gastaria para ir sozinho à Europa, o passageiro poderia levar três acompanhantes para Salvador: R$ 863,50 por pessoa, ou uma para Fortaleza: R$ 1.751,50 por pessoa.

O vice-presidente de Relações Internacionais da Associação Brasileira de Agências de Viagem (Abav), Leonel Rossi Júnior, admitiu que o encarecimento do dólar prejudicará o desempenho das empresas com vendas de pacotes para o exterior. Ele avalia que o resultado do setor será igual ao do ano passado e descarta uma queda no faturamento. “Quando o custo da moeda estabilizar, as pessoas voltarão a viajar. Em média, 6,5 milhões de pessoas fazem opção por conhecer outros países. Dentro do Brasil, vamos crescer até 7% em 2013”, explicou.

Queda

Com a moeda norte-americana acima de US$ 2,40, a frequência de clientes nas agências de viagem está menor. Quem trabalha no setor de turismo não esconde a preocupação com o atual cenário cambial, que não tem perspectiva de queda. “Tenho cliente que pesquisa os preços diariamente e reclama dos valores. Diz que há um mês encontrava pacotes de viagem a US$ 800 e hoje não sai por menos de US$ 1,3 mil”, contou a gerente de uma agência de turismo Waldêmia Azevedo. Outro fator que tem pesado na decisão dos consumidores é a alta das taxas bancárias. Em alguns casos, o dólar no cartão de crédito passou de R$ 2,09 no fim de abril para R$ 2,50 em agosto.

No comércio de Karla Mergulhão, proprietária da Milênio Turismo, 10 clientes optaram por adiar o desejo de ir ao exterior. “Apesar da sazonalidade do setor que todos nós conhecemos, estamos preocupados com essas oscilações. Normalmente, esta é uma época em que as famílias procuram os pacotes e viajam bastante, mas isso não tem ocorrido”, afirmou. Em um outro estabelecimento, a queda registrada de junho a agosto deste ano em comparação ao mesmo período do último ano foi de 30%. “O baixo movimento nos surpreendeu, tendo em vista que estávamos com uma moeda bem equilibrada até meados de abril”, considerou o gerente de uma operadora, Carlos Calisto.

Mais barato

As sucessivas altas do dólar assustaram o consumidor brasileiro que pretende viajar para o exterior. Na tentativa de manter os negócios, os empresários já apelam para margens de lucro menores. Gerente administrativa de uma agência de viagem, Joyce Castro Costa tem feito o possível para fechar uma venda. “Diminuí os custos reduzindo minha comissão em 5%, mas nem assim obtive sucesso”, lamentou.

Em julho do ano passado, ela vendeu 15 pacotes para os Estados Unidos; no mesmo período deste ano, foram apenas dois. “Em agosto de 2012, eu fechei 10 pacotes. Neste mês, até agora, nenhum”, disse. Com o dólar em alta, viagens nacionais se tornaram a melhor opção para os brasileiros. “Muitos têm preferido o Sudeste e o Nordeste, ou até mesmo cidades próximas, como Caldas Novas (GO)”, afirmou Vitor Hugo Freitas Vieira, gerente de uma agência de turismo. “Pacotes rodoviários saem em média R$ 380 e, aéreos, custam a partir de R$ 700. São preços que cabem melhor no bolso do consumidor”, comentou.

O empresário Marcelo Justino Cavalcanti, 49, adiou a viagem que faria com a família para a Europa porque desembolsaria o dobro do estimado inicialmente. Se optasse por fazer o passeio, ele teria que ficar em hotéis mais baratos e desistir dos jantares em bons restaurantes. “Gastaria quase R$ 30 mil em vez dos R$ 15 mil que tinha reservado. Dessa vez, vou aproveitar para ir à praia, no Nordeste,” completou. (Correio Braziliense)

Blog do Banana

Compartilhe:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *